Já não é novidade que o futebol brasileiro é o mais forte em termos
econômicos no futebol sul-americano. O duelo entre Olimpia, do Paraguai,
e Atlético-MG na final da Copa Libertadores deste ano consegue deixar
ainda mais clara a disparidade financeira entre as equipes. Enquanto o
Galo gasta R$ 4 milhões por mês para bancar o seu elenco estrelado, a
equipe paraguaia arca todos os custos com apenas R$ 1,1 milhão.
Somente com o salário do meia Ronaldinho Gaúcho, de cerca de R$ 900 mil
– o maior do elenco mineiro -, seria possível pagar quase todo o elenco
do rival da final desta quarta-feira, no Defensores del Chaco, às
21h50. Se somarmos os rendimentos de Diego Tardelli (R$ 350 mil) aos do
meia, já seria suficiente para tirar a diretoria do Olimpia do sufoco no
início de cada mês.
Para arcar com os elevados custos do elenco, o Atlético-MG conta com o
apoio do Banco BMG, patrocinador máster do time há seis anos e que pagou
cerca de R$ 13 milhões para ter sua marca na camisa alvinegra neste
ano, e com cerca de R$ 60 milhões pagos pela TV Globo pelos direitos de
transmissão do Campeonato Brasileiro, entre outas receitas milionárias.
Já o Olimpia se vira como pode para cumprir suas obrigações e ainda
assim não consegue. Com rendas menores de publicidade e televisão, o
clube conta com a ajuda de sócios e torcedores que fazem doações,
segundo o repórter Guillermo Caballero, da rádio Cardinal, de Assunção.
Ainda assim, o clube deve atualmente dois meses de salário e a
premiação pela classificação à final da Libertadores. O cenário parece
ruim, mas já foi muito pior. A diretoria chegou a dever nove meses de
salários aos jogadores.
Para tentar amenizar a crítica situação, o clube teve que vender o seu
melhor jogador em meio a disputa do torneio. O volante e capitão Richard
Ortiz foi vendido ao Toluca, do México, por apenas R$ 7 milhões após a
ida às semifinais.
A situação política do clube paraguaio também é complicada. Em
fevereiro, o então presidente Marcelo Recanate, considerado o
responsável por colocar o Olimpia na grave situação financeira,
renunciou ao cargo e Oscar Netto assumiu de forma temporária.
Netto realizou uma auditoria nas contas e conseguiu aliviar um pouco o
buraco em que o tradicional clube está enfiado. Já está programada uma
reunião após a partida para definir os rumos políticos.
Na final da Libertadores 2013, mais do que nunca a camisa do tricampeão
sul-americano terá de pesar contra o poderio financeiro do Atlético-MG,
que busca seu primeiro título.
Fonte: Uol
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