domingo, 5 de maio de 2013

PESQUISA: Dislexia pode ser detectada ainda cedo

Aos 12 anos, Alan K. P. aprendeu técnicas de memorização que o ajudam a lidar com a dislexia /
Se os pesquisadores da Universidade Harvard estiverem corretos, as crianças não precisarão mais sofrer os estigmas que antecedem o diagnóstico da dislexia. O déficit de aprendizagem que afeta a escrita, a leitura e traz prejuízos sociais poderia ser diagnosticado antes mesmo da fase pré-escolar.“O estudo que realizamos com ressonâncias magnéticas sugere que a capacidade do cérebro de processar sons da linguagem seja deficiente [nas crianças com histórico familiar de dislexia] mesmo antes de elas começarem a receber instruções para aprenderem a ler”, informou Nora Raschle, do Children’s Hospital, ao divulgar o resultado da pesquisa.

Para ela, na prática, a descoberta mudaria muita coisa. “Isso ajudaria a reduzir as consequências sociais e psicológicas negativas que essas crianças têm que enfrentar.”

Para quem não sabe a vida emocional de um disléxico sem diagnóstico e tratamento não costuma ser fácil. “Ele é confundido como irresponsável, desinteressado e ‘lerdo’, e isso pode levá-lo a frustração, a problemas de autoestima e até a uma fobia escolar”, diz Clélia Argolo Estill, diretora da AND (Associação Nacional de Dislexia), que vê com bons olhos a pesquisa, mas acredita que, para efeitos práticos, um diagnóstico conclusivo do distúrbio só possa ser realizado ao final do processo de alfabetização.

“Só é possível afirmar algo após dois anos de instrução formal. Antes, as crianças ainda estão conhecendo a linguagem e trocam letras – uma passagem natural da aprendizagem”, explica.

A psicóloga Maria Cecilia G. Nascimento vai além. “A imagem pode ajudar, mas acho prematuro afirmar que uma criança seja disléxica se baseando unicamente neste exame.” 

Fonte: Band

Nenhum comentário:

Chuvas no primeiro trimestre de 2023