quarta-feira, 20 de junho de 2012

BRASIL: Apenas 4% das escolas públicas têm computadores nas salas de aula

A mais recente edição da pesquisa TIC Educação, divulgada nesta terça-feira, 19, pelo Comitê Gestor de Internet no Brasil (CGI.br), mostrou que o uso de tecnologias da informação e da comunicação (TIC) nas salas de aula brasileiras é ainda incipiente. O estudo analisou 650 estabelecimentos educacionais em 2011, sendo 497 escolas públicas e 153 particulares.
Apesar de o número de escolas públicas com computador conectado à internet ter crescido de 92% para 100% entre 2010 e 2011, o número de salas de aula com o equipamento permaneceu em 4%.
O laboratório de informática ainda é o local de uso mais frequente apontado pela maioria: 76%, de acordo com os dados. Ainda assim, a proporção de professores que usa TIC dentro da sala de aula praticamente dobrou nos últimos dois anos, passando de 7% para 13%. O avanço deve-se, provavelmente, ao aumento do número de professores que adquiriram notebook com recursos próprios: em 2010, eles eram 65%, em 2011, 76%. Segundo os dados, 50% dos docentes levam o seu próprio computador portátil para a escola - em 2010, esse índice era de 41%.
Os resultados da pesquisa apontam que as atividades mais comuns em sala de aula são aquelas em que os docentes menos usam recursos tecnológicos. Aulas expositivas e a interpretação de textos, por exemplo, têm baixos porcentuais de uso das TICs: 24% e 16%, respectivamente. O maior índice de usabilidade de TIC nas escolas públicas se dá exatamente no ensino do uso do computador e da Internet - 65% dos docente recorre à ferramenta nestes casos.
Se por um lado os professores ainda não incorporaram plenamente as tecnologias, não se pode dizer o mesmo dos alunos. Os dados apontam que 82% deles fazem suas pesquisas para a escola com uso de computador e Internet. Esse uso, normalmente se dá fora do ambiente escolar. Ainda que 100% das escolas municipais e estaduais possuam pelo menos um computador, o número de equipamentos por aluno revela uma importante limitação para o seu uso efetivo, segundo professores e coordenadores consultados pelo estudo. Outra barreira apontada diz respeito à baixa velocidade de conexão. Ainda que 93% das escolas tenham acesso à Internet, 32% delas têm velocidades entre 1 a 2MB.
Escolas particulares
Entre os professores das escolas particulares observa-se comportamento similar considerando as atividades desenvolvidas com os alunos quando comparado com as escolas públicas. As atividades mais comuns são exercícios para prática, aula expositiva e interpretação de texto. Além disso, quanto maior a frequência de realização da atividade, menor a proporção de professores que usam computador e Internet para desenvolvê-las.
Ainda assim, o uso de computador e Internet é maior entre professores das particulares, possivelmente pela melhor infraestrutura que lhes é proporcionada. Os dados indicam ainda que 21% das escolas particulares possuem computadores instalados em sala de aula, proporção cinco vezes maior que os 4% das escolas públicas. A disposição dos equipamentos, no entanto, é semelhante: a maioria deles está instalado em laboratórios - 78% para as particulares contra 86% das públicas. A diferença revela um possível movimento que acontece nas escolas particulares, onde se busca, com maior intensidade, trazer a infraestrutura para a sala de aula.

 
Fonte: Estadão via www.ivanilson.com/

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