quarta-feira, 16 de maio de 2012

BRASIL: tem maior taxa de reprovação no ensino médio desde 1999

Em 2011, 13,1% de todos os estudantes matriculados em algum ano do ensino médio estavam repetindo a mesma série feita em 2010. A taxa de reprovação no ensino médio, incluindo tanto a rede pública quanto as escolas particulares, foi divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) na tarde de segunda-feira (14) em seu site, com base nas informações do Censo Escolar 2011.
Esse é o pior índice desde 1999, primeiro ano com dados disponíveis no site do Inep. Entre 2006 e 2007, o órgão alterou a metodologia e adotou a taxa de rendimento em vez de índices de evasão escolar. Porém, o número de alunos repetentes no ensino médio, que desde 2007 oscilava em cerca de 12%, acabou sofrendo um leve salto depois de cinco anos (veja tabela abaixo).
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta quarta-feira (16), no Rio de Janeiro, que "precisa um estudo mais aprofundado para analisar" o aumento da taxa de reprovação no ensino médio em 2011 em relação aos anos anteriores. "Para avaliar o ensino, a taxa de reprovação é um dos indicadores de fluxo. O outro é a qualidade do aprendizado. Como o ensino médio é predominantemente estadual e nós tivemos mudanças de governo em muitos estados no ano passado, novos secretários de educação, novas atitudes, novos procedimentos, talvez tenha aí alguma explicação. Mas eu não quero me adiantar antes de um estudo mais aprofundado", disse Mercadante.
Os estados com maior índice total de reprovação no ensino médio são Rio Grande do Sul (20,7%), Rio de Janeiro (18,5%) e Distrito Federal (18,5%), Espírito Santo (18,4%) e Mato Grosso (18,2%).
A rede municipal de ensino na região urbana de Belém, no Pará, foi a que apresentou o maior índice de reprovação do país: 62,5% seguida pela rede federal na zona rural do Mato Grosso do Sul, com 40,3%.
Os estados com menores taxas de repetição são Amazonas (6%), Ceará (6,7%), Santa Catarina (7,5%), Paraíba (7,7%) e Rio Grande do Norte (8%).
Taxa de abandono
Os dados sobre o rendimento dos estudantes é dividido em quatro categorias: taxa de aprovação, taxa de reprovação, taxa de abandono e taxa de não-resposta (TNR), composta matrículas que não se encaixam nas outras categorias por falta de informação nas escolas.
Apesar do aumento na taxa de reprovação, o índico de abandono no ensino médio vem caindo de maneira constante: em 2007, 13,2% dos estudantes que estavam no ensino médio em 2006 haviam desistido de estudar, enquanto em 2011 o número de desistentes em relação a 2010 foi de 9,6%.
VEJA OS ÍNDICES DE REPROVAÇÃO DE ALUNOS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA POR ESTADO (em %)

TAXA DE REPROVAÇÃO
NO ENSINO FUNDAMENTAL



TAXA DE REPROVAÇÃO
NO ENSINO MÉDIO
UF Total Rede
pública
Rede
particular
Total Rede
pública
Rede
particular
BRASIL 6,9 10,6 3,5 13,1 14,1 6,1
AC 7,9 8,2 8,2 8,5 8,7 4,5
AL 15,2 16,7 4,0 10,9 11,4 8,0
AM 10,2 10,7 3,4 6,0 5,9 8,9
AP 9,8 10,4 1,7 13,9 14,7 4,7
BA 15,2 16,3 4,3 15,6 16,3 7,4
CE 7,8 8,6 3,8 6,7 6,9 5,0
DF 10,8 13,3 3,0 18,5 22,3 7,1
ES 11,2 12,3 2,9 18,4 20,4 5,4
GO 7,6 8,6 2,8 12,9 14,0 5,9
MA 8,9 9,4 2,8 9,1 9,4 4,6
MG 7,3 7,8 3,2 12,6 13,3 6,8
MS 14,1 15,2 2,9 17,1 18,6 6,5
MT 3,6 3,8 2,1 18,2 19,5 4,7
PA 10,9 11,5 3,2 12,4 13,1 4,6
PB 11,9 13,3 3,3 7,7 8,1 5,3
PE 11,7 13,5 3,9 10,0 10,6 5,6
PR 9,5 10,3 2,5 12,6 13,8 4,1
PI 12,8 13,9 4,6 9,7 10,1 6,6
RJ 13,1 14,9 5,5 18,5 20,1 9,9
RN 14,9 17,1 4,5 8,0 8,1 7,8
RO 14,2 15,0 3,6 13,3 13,8 6,5
RR 9,3 9,7 2,7 13,2 13,7 6,6
RS 13,1 14,1 3,7 20,7 22,2 8,1
SC 4,4 4,6 2,0 7,5 7,9 4,6
SE 19,5 22,1 5,9 13,7 14,7 8,9
SP 4,9 5,4 2,6 13,9 15,3 4,6
TO 9,1 9,5 3,2 10,4 10,5 8,6
Fonte: Inep/MEC
Ensino fundamental
Em 2011, segundo o Inep, o ensino fundamental teve taxa de reprovação de 9,6%. Os estados com maior índice total de reprovação neste ciclo do ensino básico são Sergipe (19,5%), Bahia e Alagoas (15,2%), Rio Grande do Norte (14,9%) e Rondônia (14,2%). A rede estadual de Bahia e Sergipe também têm os piores indices do país: 26,6% e 22,5%, respectivamente entre as escolas na zona urbana.
Os estados com menores taxas são Mato Grosso (3,6%), Santa Catarina (4,4%), São Paulo (4,9%), Minas Gerais (7,3%) e Goiás (7,6%).

Fonte: G1

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