segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Promotora do caso Telexfree é encontrada morta com tiro na cabeça

A promotora Nicole Gonzalez Colombo Arnoldi, do Ministério Público Estadual (MPE) do Acre, foi encontrada morta vítima de disparo de arma de fogo no início da noite do domingo (29) em seu apartamento em Rio Branco, no estado do Acre. Ela atuou no caso Telexfree e atualmente estava lotada na Promotoria de Justiça do município do Bujari (AC).
Segundo informações de portais de notícias do Acre, vizinhos ouviram disparos de arma de fogo e a polícia foi acionada. Entretanto, segundo uma moradora do condomínio, foi ouvido sons de discussão que precederam o som do disparo. A promotora morava no primeiro andar do edifico, o qual tem quatro apartamentos por andar. Informação é de que há marca de tiro na cabeça.
A Polícia Civil encontrou uma arma de fogo e o corpo no quarto da vítima.
Natural da cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, Nicole, de 35 anos, ingressou na carreira de promotora no MP do Acre em dezembro de 2009 e foi uma das responsáveis pelo bloqueio das contas e encerramento das atividades da Telexfree no Brasil, caso que teve repercussão internacional.

Ela era graduada em Direito pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, com pós-graduação pela Faculdade de Direito Prof. Damásio de Jesus e mestra em Direito pela a UNESP, onde apresentou a dissertação Ministério Público: instrumentos extrajudiciais e a implementação de políticas públicas.
Telexfree
Partiu da promotora Nicole a primeira medida, no Acre, para que o mundo inteiro conhecesse a Telexfree como pirâmide financeira. A ação movida por ela foi seguida, posteriormente, pelos promotores Alessandra Marques e Marco Aurélio.
Os três promotores atuaram fortemente na Defesa do Consumidor. Ela ajudou a aferir um quantitativo de cidadãos lesados: mais de 40 mil no Acre e mais de 1,5 milhão em todo o país. Três anos atrás, Nicole anunciou o bloqueio dos pagamentos e novas adesões à Telexfree.
"Dinheiro não cai do céu" é uma das frases compartilhadas por Nicole com os colegas. Numa das últimas manifestações públicas sobre o caso, em coletiva à imprensa no dia 22 de setembro, da promotora, informou que os divulgadores da empresa Ympactus, que representa a Telexfree no Brasil, devem comprovar vínculo com a empresa para serem ressarcidos e precisam pagar R$ 3 milhões de indenização por danos morais coletivos, além de devolver o dinheiro investido pelos divulgadores. A ação movida por ela embasou uma decisão judicial que dissolveu a Ympactus.
A atuação de Nicole neste caso mereceu elogios dos colegas de MP e da sociedade. A Assessoria de Imprensa do MP informou que não haverá velório no Acre. O corpo de Nicola seguirá para Araraquara (SP), sua cidade natal. A promotora teria falado com a mãe, instantes antes de sua morte.
Coletiva de imprensa
A coletiva de imprensa anunciada pela Polícia Civil sobre a morte da promotora de Justiça Nicole Gonzalez Colombo Arnoldi, 35 anos, que aconteceria na noite deste domingo (29) foi adiada para a segunda-feira (30).
De acordo com informações da polícia, a coletiva será depois de reunião entre representante da cúpula da segurança pública.
Nota do Governo do Acre
O governo do Estado, por intermédio da chefe da Casa Civil, Márcia Regina Pereira, expressa profundo pesar pelo falecimento da promotora de Justiça Nicole Gonzales Colombo Arnoldi, neste domingo, 29, em Rio Branco.
Nicole Arnoldi trabalhava no Ministério Público do Estado (MPAC) há cerca de seis anos. Atualmente, desempenhava suas funções na Promotoria de Justiça de Bujari.
Neste momento de dor, a equipe do governo do Estado se solidariza e pede a Deus que console a família e os amigos enlutados.
Márcia Regina Pereira
Chefe da Casa Civil

Fonte: Portal NCO

Nenhum comentário:

Chuvas no primeiro trimestre de 2023