domingo, 4 de agosto de 2013

JUSTIÇA: Investigações afetam Empresas Marketing Multinível

Ao todo, seis empresas do setor estão sendo investigadas pelo Ministério Público do RN
As investigações do Ministério Público do Rio Grande do Norte com relação à atividade das empresas de marketing multinível ainda não foram divulgados. Mas o inquérito aberto pelo MP tem causado efeitos colaterais. Na NNEX, por exemplo, a lucratividade diminuiu, provocando também a queda do valor repassado semanalmente aos investidores de R$ 40 para pouco mais de R$ 15.
A empresa é uma das seis que estão sob investigação. Integram a lista ainda a TelexFree, Priples, Cidiz, Multiclick e BBom.  Promotoria de Defesa do Consumidor do MP/RN instaurou o inquérito no começo de julho passado para apurar indícios de esquema de pirâmide financeira.

O funcionário público Ricardo Fonseca, investidor da NNEX, acredita que a queda no repasse se deu em virtude da repercussão das investigações entre as pessoas. “Com isso, a procura pela empresa diminuiu. Como o repasse é proporcional ao lucro da NNEX, o valor também caiu”, explicou. O dinheiro é depositado semanalmente nas contas virtuais dos investidores, que só podem retirar o montante quando ele atinge a quantia de R$ 600. Ricardo Fonseca conseguiu recuperar 40% do dinheiro investido inicialmente. “Mesmo com a redução, acredito que vou conseguir retirar um dinheiro um pouco acima do investido. Mas não será um lucro muito grande”, disse.

Paulo de Tarso, que também investiu na NNEX, discorda que tenha sido a diminuição na entrada de pessoas na empresa que tenha provocado a queda no valor de repasse. “A empresa paga de acordo com o lucro, que vem dos anúncios em sites. Como essa rotatividade nos sites diminuiu, o lucro e o repasse também”, argumentou. Mesmo sem ainda saber a motivação da queda do repasse, o advogado Márcio Mendonça afirmou que, caso o valor continue baixo, vai acionar a Justiça para reaver o dinheiro colocado na NNEX. “Se na semana que vem continuar esse valor, vou entrar com o processo”, corroborou. Mendonça contou que o pagamento é variado e teve queda gradativa. “Primeiro caiu pra R$ 37, R$ 14,17. Agora subiu para R$ 15”, detalhou.

Apesar da investigação, a NNEX permanece em atividade. Ao contrário da TelexFree, que teve a atuação suspensa pela Justiça do estado do Acre e permanece sem poder operar em todo o país.

JustiçaPelo menos 100 pessoas do interior do Rio Grande do Norte já procuraram um meio de reaver o dinheiro que investiram no Telexfree. A Comarca de Patu, na região Oeste do Estado, já recebeu cinco processos de medida cautelar preparatória pedindo à Justiça o bloqueio do valor investido. De acordo com o advogado Félix Gomes Neto, representante dos divulgadores, as ações são uma preparação para outras que deverão ser ajuizadas no intuito de obter a anulação dos contratos e o retorno do dinheiro aplicado no Telexfree.

“A medida cautelar preparatória antecede a ação principal. Nós pedimos à Justiça o bloqueio do valor que o cidadão investiu em uma conta que já está à disposição da Justiça, junto ao Banco Central, sem que o juiz precise entrar no mérito da questão agora. É uma tentativa de guardar o dinheiro até que se discuta a legalidade. Na ação principal é que vamos tratar do ilícito”, disse Félix Gomes Neto.

Segundo o advogado, mais de 100 pessoas o procuraram para buscar seus direitos na Justiça, mas apenas cinco clientes tiveram ações ajuizadas até o momento por se tratar de matéria nova.

Félix Gomes conta que um de seus clientes, um agricultor, vendeu seu gado para aplicar R$ 3.069 no Telexfree, mas não teve retorno do investimento. Em outro caso, uma pessoa fez um empréstimo na Caixa Econômica Federal com a mesma intenção, mas foi surpreendido com o bloqueio da conta do Telexfree sem que tivesse reavido o dinheiro investido.

Detalhes das Empresas

1. TelexFree
O produto da TelexFree é o serviço voip chamado “99TelexFree” que oferece chamadas gratuitas para celulares e telefones fixos no Brasil e outros países. Os divulgadores possuem três formas de desenvolver o negócio: publicação de anúncios na internet, venda do plano de comunicação e recrutamento de novos divulgadores. Para anunciar, é necessário adquirir o “kit de anúncios”. Existem dois tipos: AdCentral (um anúncio/ dia) e o AdCentral Family (cinco anúncios/dia).

2.BBom O produto é um rastreador veicular. O associado tem direito de até 20 rastreadores, no pacote denominado “ouro”. Com a locação dos rastreadores – que é feita pela empresa juntamente com a Unepxmil –, o associado tem participação na mensalidade de até R$ 800,00 por mês. Existe ainda os planos de compensação com os clientes  indicados. A promessa é de ganhos de até 50% sobre os serviços pagos pelos clientes.

3.NNEX
Não há venda de produtos. Quem paga para se associar à empresa – em planos que vão de R$ 695,00 a R$ 2.890,00 cada conta – faz anúncios diários na internet que são convertidos em e-vouchers. O lucro vem das vendas desses e-vouchers para empresas que queiram anunciar no site Rekomende. O próprio site pode comprar os e-vouchers dos associados. Há lucro maior para os associados que indicarem novos parceiros.

4. PriplesTambém não há venda de produtos. O associado precisa acessar o site da empresa diariamente para responder algumas perguntas – sobre vários temas. Os ganhos, segundo a empresa, são de 60% do valor investido durante 12 meses e 5 níveis de ganhos por indicação. O investimento inicial pode ser de R$ 100.

5. MulticlickA Multiclick Brasil paga que os associados compartilhem anúncios publicitários nas redes sociais. Há três níveis de assinaturas: bronze (R$ 60,00), prata (R$ 600,00) e ouro (R$ 2.750,00). Cada nível representa uma quantidade de “escritórios virtuais” que o associado adquire. São esses escritórios que gerenciam os anúncios nas redes sociais. A assinatura é anual.

6. Cidiz Camisas, cuecas e sapatênis. A empresa tem o programa chamado NetBusiness e adota o sistema em níveis binários. São oito níveis de faturamento e seis formas de ganhar dinheiro. Ao efetuar o pagamento, o associado é qualificado como distribuidor e na medida em que o negócio for crescendo, atinge novos níveis e recebe bonificações.

Fonte: Tribuna do Norte

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