terça-feira, 13 de agosto de 2013

GREVE DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DO RN INICIA A PARTIR DESTA TERÇA-FEIRA 13/08

Os professores da rede estadual de ensino decretaram  greve por tempo indeterminado em assembleia realizada ontem na Escola Estadual Winston Churchill, no centro da Cidade. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte/RN),  o motivo da paralisação é a frustração nas negociações com o Governo do Estado. A pauta de reivindicações tem nove pontos, dentre eles o pagamento das horas de trabalho excedentes aos professores, o pagamento das gratificações dos diretores e vice-diretores (cortadas no mês de julho) e a melhoria na infraestrutura das escolas. Enquanto a assembleia da categoria acontecia, a secretária estadual de Educação, Betânia Ramalho anunciou, em entrevista coletiva, que o Governo vai pedir a ilegalidade da greve e  cortar o ponto dos professores que aderirem à paralisação a partir desta terça-feira (13).
Para Betânia Ramalho, a greve tem outros interesses: “Tenho certeza que essa é uma greve oportunista, deflagrada por razões  políticas e por isso vamos cortar imediatamente os pontos dos professores que aderirem ao movimento. Além disso, vamos acionar a Justiça com um pedido de ilegalidade”, afirma a secretária.

Para a professora Fátima Cardoso, a Secretária tem uma postura autoritária: “a lei diz que quando frustrada uma negociação o direito de greve deve ser exercido. Por isso lamentamos que a secretária Betânia já esteja fazendo tal abordagem sem antes sequer dialogar com a categoria”, diz a sindicalista.

Segundo Betânia Ramalho, o verdadeiro motivo da paralisação é a defesa das cessões de 46 servidores do Sinte, que foram convocados a retornar às salas de aula por recomendação do Ministério Público. Os servidores tiveram os pontos cortados desde julho e, além disso, enfrentam processos administrativos por abandono de cargo.

O Sinte solicitou ao Tribunal de Justiça a suspensão da ação administrativa que decretava a apresentação dos professores à Seec. O pedido, no entanto, foi indeferido. A presidente do Sinte/RN ainda contesta os números da Secretaria de Educação e diz que os professores convocados já se apresentaram. “Na verdade, foram 20 professores que trabalhavam no Sindicato e que ela (Betânia Ramalho) cortou. Esses professores já não atuam mais no sindicato”, afirma.

A sindicalista recebeu as declarações da secretária e disse que a  greve não é por razões políticas e sim por condições básicas de infraestrutura e pelo cumprimento dos direitos dos professores. “Não vai ser esse tipo de discurso que vai impressionar a sociedade, pois a população sabe muito bem que as escolas públicas estão completamente sucateadas. Esse governo está levando os serviços públicos ao colapso”, assevera.

“Visitamos 306 escolas em todo o Estado e constatamos que 94%  delas estão com a estrutura comprometida, algumas seriamente ameaçadas de desabamento. Não há condições de trabalho”, garante Fátima Cardoso.  A sindicalista afirmou que a secretária precisa visitar pessoalmente as escolas estaduais para saber o que está acontecendo: “Ela deveria ir na  Escola Estadual Barão do Mipibu, onde o teto desabou em duas salas de aula”, desafia.

A entidade e a Seec estão em ‘pé de guerra’. Recentemente, a Secretaria divulgou que  o Sinte-RN atua “na ilegalidade” há mais de 20 anos, por não ter registro sindical. Fátima Cardoso rebate: “ilegal é o Governo que não cumpre a decisão do Supremo Tribunal Federal para que as horas extras dos professores sejam pagas”. O sindicato entrou com um pedido de bloqueio de R$ 17 milhões para que haja a efetivação do pagamento e aguarda a decisão da Justiça.
Fonte: Tribuna do Norte

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