sexta-feira, 4 de maio de 2012

JUSTIÇA: Nunca tive nada', diz mulher que processou pai por abandono afetivo

Mulher afirmou ter sido rejeitada toda a vida
(Foto: Luana Eid/G1)
A mulher que ganhou na Justiça o direito de receber do pai R$ 200 mil de indenização por abandono afetivo falou pela primeira vez com a imprensa na manhã desta sexta-feira (4), em entrevista coletiva. Luciane Nunes de Oliveira Souza diz que sempre se sentiu abandonada e que jamais teve apoio paterno. "Passamos por muitas dificuldades, principalmente em relação à alimentação. Meus irmãos sempre tiveram tudo e eu nunca tive nada", desabafa a professora. O pai ainda pode recorrer da decisão tomada pela Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça.
Para Luciane, porém, o resultado da ação é mais do que justa. "Nunca tive um pai para me aconselhar, para conversar. Desde que nasci, ele nunca me quis", afirma, emocionada. Ela diz que por pouco não passou a infância em um orfanato. Após a morte dos avós, a mãe se viu perdida e sem condições de criá-la e chegou a levá-la a um abrigo, mas acabou desistindo da ideia.
Durante o relato, a professora afirmou que, ao completar 18 anos, procurou o pai e pediu que ele continuasse a pagar pensão. "Eu queria o dinheiro para poder estudar, mas, mesmo assim, ele interrompeu o pagamento", disse.
A decisão do STJ foi dada no dia 24 de abril e tornou-se pública nesta quarta-feira (02). Pela primeira vez no Brasil, uma turma do órgão ordenou que um pai indenizasse a filha por abandono afetivo. O condenado é um empresário de Sorocaba (SP) que trabalha no ramo de postos de combustíveis.

Fonte: G1

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