quarta-feira, 16 de novembro de 2011

CIÊNCIA


Cientista tenta desvendar mente de psicopata que matou menina

Brian Dugan já foi condenado por estupro algumas vezes e por mais dois assassinatos
 Cientistas nos Estados Unidos examinam o cérebro de um assassino serial como parte de um estudo para tentar entender a ligação entre comportamento anti-social e a estrutura cerebral.


Quando Brian Dugan se declarou culpado pelo estupro violento e assassinato da menina Jeanine Nicarico, de sete anos de idade, ele parecia se enquadrar no estereótipo do assassino serial.
Ela foi morta em 1983, embora o crime só tenha sido confessado em 2009. Naquela época, ele já havia sido condenado por estupro algumas vezes e por mais dois assassinatos: uma outra menina de sete anos e uma enfermeira de 27 anos que ele atropelou antes de violentar e matar.
Se a pena de morte não tivesse sido suspensa no Estado americano de Illinois, Dugan teria sido executado.Curiosamente, ele não mostrou remorso por nenhum de seus crimes. Cientistas acreditam que a falta de empatia possa ter relação com isso.
O neurocientista Kent Kiehl da Universidade do Novo México examinou seu cérebro como parte de um estudo.
- Ele tem dificuldade para entender porque as pessoas se importam com o que ele fez. Clinicamente é fascinante.
Kiehl é considerado um pioneiro em uma área avançada da neurociência comportamental: a que tenta entender as funções dos cérebros dos psicopatas e desenvolver tratamentos para suas condições.
Ela é controversa porque, por milhares de anos, homens como Dugan foram rotulados não como doentes, mas malignos. Na literatura e no cinema, o termo psicopata não é usado para diagnosticar alguém por quem deveríamos ter simpatia, mas sim medo.
- Tendo a ver os psicopatas como pessoas que sofrem de uma desordem, portanto não usaria o termo 'mau' para descrevê-los.


Culpa

Então o que exatamente é um psicopata?
- Clinicamente a definição é alguém com uma pontuação alta em traços como falta de empatia, culpa e remorso. Eles são muito impulsivos: tendem a não planejar ou pensar antes de agir. Eles têm a tendência de se envolver em problemas desde muito jovens.
Sabemos há tempos que muitas pessoas em prisões apresentam sintomas de psicopatia, mas até hoje sabemos pouco sobre a condição.
Para entendê-la usando a neurociência, Kiehl construiu em seu laboratório um inédito scanner cerebral móvel. Ele é equipado com a mais moderna tecnologia magética e transportado em um caminhão, para poder entrar em prisões de segurança máxima.
Ele o usou para dois tipos de análises do cérebro de Dugan: para examinar sua densidade e suas funções.
- O cérebro de Brian tem níveis baixos de densidade em um sistema que chamamos de paralímbico.


O sistema paralímbico é um 'circuito comportamental' no cérebro que inclui regiões como a amígdala e o córtex pré-frontal. Cientistas já sabiam que estas áreas são associadas com o processamento das emoções.

Ao longo do século passado, pessoas com danos cerebrais nestas áreas foram estudadas porque seu comportamento mudava repentinamente e eles se tornavam anti-sociais.
- Concluímos que estes sistemas não se desenvolveram normalmente em Brian.


A psicopatia parece envolver uma falta de desenvolvimento nestas regiões, o que pode ser geneticamente determinado.

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Fonte: R7

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