quinta-feira, 10 de novembro de 2011

CIÊNCIA


Cérebros de crianças autistas têm mais neurônios que os demais




As crianças autistas têm mais neurônios e apresentam um cérebro mais pesado que as demais, revela um estudo publicado na terça-feira (8) no JAMA ("Journal of the American Medical Association").

O estudo, baseado em análises de cérebros de crianças autistas falecidas, sugere que a anomalia na zona pré-frontal do cérebro pode ter origem no útero, destacam seus autores.

Os cientistas examinaram os cérebros de sete crianças autistas, com entre 2 e 16 anos, a maioria morta por afogamento.

Ao comparar os cérebros dos autistas com os de outras crianças, a maioria morta em acidentes de trânsito, os pesquisadores encontraram 67% mais neurônios no córtex pré-frontal e 17,7% mais peso, em média, no primeiro grupo.

"Já que os neurônios corticais não são gerados após o nascimento, este aumento patológico no número de neurônios em crianças autistas indica causas pré-natais", destaca o estudo.

O córtex pré-frontal é responsável pela linguagem, comunicação e comportamentos como o ânimo, a atenção e as habilidades sociais. Habitualmente, as crianças autistas têm problemas nestas áreas.

"Os fatores que normalmente organizam o cérebro parecem estar desconectados", destacam Janet Lainhart, da Universidade de Utah, e Nicholas Lange, da faculdade de Medicina e Saúde Pública de Harvard

"Devido ao fato de que os neurônios em todas as zonas do cérebro, exceto no bulbo olfativo e no hipocampo, são gerados antes do nascimento, estas descobertas se somam à crescente evidência biológica de que a neuropatologia do desenvolvimento do autismo começa antes do nascimento, possivelmente em todos os casos".

Estudos prévios sugeriam que os sinais clínicos do autismo tendem a convergir com um período de crescimento anormal da cabeça e do cérebro que começa a ser evidente entre os nove e os 18 meses.

O autismo inclui um amplo espectro de diferentes desenvolvimentos, desde a dificuldade para as relações sociais até a incapacidade de comunicação, passando pela execução de movimentos repetitivos, extrema sensibilidade a certas luzes e sons e problemas de comportamento.  
Fonte: Diário de Natal

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