terça-feira, 26 de abril de 2011

POLÍTICA


Dilma manda interromper manifestação em frente ao Planalto

BRENO COSTA

CATIA SEABRA

MÁRCIO FALCÃO

DE BRASÍLIA
Incomodada com o ruído de buzinas tocadas por um grupo de manifestantes em frente ao Palácio do Planalto, que chegou a abafar parte do discurso do ministro Guido Mantega (Fazenda), a presidente Dilma Rousseff conseguiu interromper a manifestação após pedir providências de assessores.
O constrangimento provocado pelas buzinas marcou o início da primeira reunião do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) do governo Dilma. O grupo de cerca de 15 manifestantes cobra, desde ontem, em frente ao Planalto, com a ajuda de buzinas barulhentas usadas em estádios de futebol, a reincorporação de militares concursados demitidos da Aeronáutica. Fogos de artifícios também vêm sendo usados.
No início da apresentação técnica de Mantega aos conselheiros, Dilma, ouvindo o som das buzinas, demonstrou insatisfação com o ministro Antonio Palocci (Casa Civil), que estava ao seu lado. Minutos depois, chamou o chefe do cerimonial da Presidência, Renato Mosca, para que tomasse providências. Pelo celular, apurou a Folha, ele contatou a Secretaria-Geral da Presidência, e voltou para falar com Dilma, ainda durante o discurso de Mantega.
Cerca de cinco minutos depois, o buzinaço parou e os manifestantes saíram pacificamente da Praça dos Três Poderes. Segundo Marcelo Lopes, líder da Anese (Associação Nacional de Ex-Soldados Especializados) em Brasília, um emissário da Secretaria-Geral da Presidência foi até eles pedir uma "trégua", citando como motivo a realização, naquele momento, de uma "reunião" no Planalto. Os manifestantes acataram o pedido, com o compromisso do governo de que uma comissão seria recebida na Secretaria-Geral no início da tarde de hoje.
Ontem (25), o grupo ficou das 10h às 17h buzinando sem parar em frente ao Palácio, apenas com uma pausa para o almoço. Os manifestantes não foram recebidos por ninguém da Presidência, e também não houve qualquer pedido de interrupção do protesto. 

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