A belíssima história do agricultor “José Orlando Balbino” enche os
olhos de lágrimas de quem sabe o que é ter filhos em uma universidade, e
principalmente quando o estudante está longe da família, aumentando os
custos com transporte, alimentação e moradia, sendo a única fonte de
renda… nada mais que 600 reais/mês, pouco menos que o salário mínimo dos
brasileiros.
Seu Balbino é agricultor, mas nesse momento difícil que passa o
semi-árido seridoense com a seca, seu sustento ficou mais limitado
ainda, já que o trabalho se limita à luta de gado, na fazenda Umari, a
25 km de Caicó. E para tentar conseguir um extra, sua esposa, Maria das
Graças Dantas, cria galinhas e alguns caprinos. E foi da venda de dois
desses animais que a família conseguiu comprar o anel de formatura para
um dos filhos, que já se formou.
“Sinto muito orgulho do meu pai, ele é honesto, trabalhador e tudo
que ganha é para o sustento da família, vou devolver a ele tudo que fez
por mim, tenho certeza! Nunca vou esquecer que ele e minha mãe venderam
dois animais e juntaram mais um pouquinho para completar o dinheiro de
comprar o meu anel de formatura, que custou 900 reais”, completou o
rapaz.
A história não acabou, com um dos filhos já formado recentemente,
chegou a vez da filha, Cleide Alane Dantas Balbino, 22 anos, que iniciou
o curso de letras pela UERN, também na cidade de Pau dos Ferros, e como
tudo recomeçou, o casal pega os 150 semanais que recebe, faz a feira
com 90 reais e guarda o restante, 60 reais. No fim do mês envia para a
filha os 240 reais que juntou nas quatro semanas do mês, e para o
dinheiro ser suficiente, a jovem pratica a rotina do irmão, almoça no
restaurante popular em Pau dos Ferros.
A história do casal José Orlando e Maria das Graças leva qualquer um a
raciocinar que a felicidade não está em volta da materialidade, mas sim
das conquistas intelectuais e da decência do ser humano, com isso o
comportamento exemplar praticado pelo casal devia ser seguido por
pessoas que passam por cima de conceitos básicos da família, que é o
amor, e isso não se tem com dinheiro, mas com doutrina e respeito.
Fonte: É Sertão
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