A Região Nordeste enfrenta a pior seca dos últimos 30 anos. Ao todo, 12 milhões de pessoas sofrem com a falta de chuva.
A palma, um tipo de cacto, foi o que sobrou para o gado comer. Todo o
resto foi perdido. “Só temos essa palma”, conta o agricultor Adagildo
Souza. Ele diz que, quando a palma acabar, vai ser difícil alimentar o
gado. “Só se tivermos dinheiro para comprar. Mas, como não temos, vai
ser difícil. Só Deus vai resolver o nosso problema”.
Onde havia riachos e açudes, agora é terra seca. Sofrimento que já dura oito meses para mais de cem mil pessoas em Sergipe.
Mas, apesar das dificuldades, no sertão ninguém enfrenta sozinho os
sacrifícios impostos pela seca. Há sempre um amigo, um vizinho disposto a
ajudar.
O agricultor Manoel Messias Santana se apressa em levantar a cisterna
para quando a água chegar. Sozinho, ele não daria conta do serviço.
“Quando a chuva chegar, minha cisterna vai estar prontinha, com a ajuda
do meu amigo”, diz ele.
Durante a estiagem, ter uma cisterna em casa faz toda a diferença. Mas a
escassez de água não inibe a generosidade do sertanejo.
“Eu não posso deixar a vizinha passar sede. Eu tenho cisterna, ela não
tem. Então, tenho que dividir”, diz a dona de casa Maria José Nunes.
A carroça do agricultor Adenildo dos Santos serve à toda comunidade.
São quilômetros em busca de alimento para o gado. “Nós ajudamos uns aos
outros porque em parceria tudo sai sempre melhor. Se depender de um só,
fica mais difícil lutar. Dois ou três juntos resolvem o problema
melhor”, conclui.
Fonte: G1