Para policiais, delegados e demais gestores da segurança pública, a escalada da violência no interior do Estado está diretamente relacionada ao avanço do tráfico de drogas. O uso de entorpecentes acarreta uma série de problemas sociais que vão desde à própria violência ao desestruturamento familiar. Na atual conjuntura, o maior algoz da sociedade é o crack.
A secretaria de Estado da Segurança não apresenta dados oficiais sobre a presença da droga em terreno potiguar, mas o “Observatório do Crack”, da Confederação Nacional de Municípios (CNM), aponta um dado preocupante. Dos 167 municípios potiguares, 28 estão com o nível alto em relação aos problemas relacionados a circulação do crack. Outros 57 estão com o nível médio e 42 apresentam nível baixo. Os demais 40 municípios – entre eles, Natal – não responderam a pesquisa da CNM e não há registros atualizados sobre a presença da droga nesses locais. No Brasil, durante o período de 1960 até o início dos anos 1990, houve crescente proliferação do consumo de maconha e outras drogas químicas como o Ácido Lisérgico (LSD) e anfetaminas variadas. Com a repressão sobre a oferta dessas drogas, houve estímulo para o aparecimento de novos produtos obtidos por outros processos. Entre os produtos, surgiu o crack. Com poder devastador superior ao das demais drogas e preço mais acessível que a cocaína, por exemplo, a “pedra” se espalhou por todo país.
Atualmente, segundo dados da CNM, a droga está presente em 98% dos municípios do país. O Ministério da Saúde (MS) já admitiu que a droga virou uma epidemia. Os dados apresentados no “Observatório do Crack” que alertam para nível alto de problemas em 28 municípios potiguares refletem apenas uma parte do problema. A CNM informa que as informações são repassadas pelos gestores de cada cidade após contato com as secretarias municipais de Ação Social e Saúde.