O resultado ruim no Mundial de Daegu, quando terminou apenas em 11° lugar,
ficou para trás. Os três dedos mostrados para o técnico Nélio Moura apontavam o
que tinha acabado de alcançar. As lágrimas agora eram de alegria e não de
decepção. Com os 6,94m alcançados na final do salto em distância dos Jogos
Pan-Americanos de Guadalajara, Maurren Maggi não deu chances às rivais. Nesta
quarta-feira, a campeã olímpica voou e garantiu o tricampeonato, com direito a
sua melhor marca nesta temporada.
- Foi ótimo, perfeito. Para mim, 6,80m já estava muito bom. Acertar os 6,94m
para terminar o ano com a minha melhor marca foi perfeito. Eu mostro que estou
bem, que ainda tem muita coisa para acontecer ainda. Estou inteira - garantiu a
campeã.
Desta vez, a dobradinha comemorada há quatro anos não foi possível. Keila
Costa não ficou na quinta colocação (6,37m) e viu a americana Shameka Marshall
(6,73m) e a colombiana Chatherine Ibarguen (6,63m) completarem o pódio.
Maurren Maggi sobrou na disputa e confirmou seu
favoritismo (Foto: Jefferson Bernardes / Vipcomm)
A distância para o terceiro título começou a ficar mais curta já no segundo
salto. Maurren atingiu 6,80m e o sorriso deixava claro que ela podia mais.
Partiu para a terceira tentativa, atingiu 6,94m e colocou de vez as mãos na
medalha que tanto queria. A partir dali a disputa não era mais com as
adversárias e sim com ela mesma. Já tinha sua melhor marca em 2011, só que
queria chegar aos 7,00m. Não deu. Mas a brasileira saiu da pista com a certeza
do dever cumprido.
- Eu estava muito bem preparada. É um salto que me escapou no Mundial.
Consegui completar a minha etapa no ano maravilhosamente bem. Trouxe até as
outras duas medalhas para me dar sorte - contou Maurren, mostrando as medalhas
conquistadas nas edições de 1999 e 2007 que estavam no bolso.
Maurren já estava satisfeita. Confirmava ali estar no caminho certo depois de
uma temporada marcada por lesões. A relação afetiva com a competição estava
intacta. No primeiro ouro, em Winnipeg-99, seu o rosto ficou conhecido e as
portas se abriram. No segundo, na edição do Rio-2007, marcou a retomada da
carreira após uma suspensão por doping. O terceiro, nesta quarta-feira em
Guadalajara, serviu para retomar a confiança depois de um Mundial tão amargo. Os
olhos agora se voltam para as Olimpíadas de Londres-2012.
- Para mim, o Pan era mais importante que o Mundial. Não sei quantas mulheres
já foramn tricampeãs pan-americanas. Eu tenho muito orgulho de ser tricampeã. E
eu vou até Toronto (próxima edição dos Jogos). Vou até o Rio também (Olimpíadas
de 2016) - avisou.
Fonte: G1