As lembranças de tecnologias passadas são um dos principais sintomas de que a pessoa está ficando velha. Antes de elogiar aquele celular sem câmera, leia este artigo!
Por Felipe Arruda
Desenhos que não passam mais na TV, doces que sumiram das prateleiras do supermercado, roupas que saíram de moda. O fim da vida de produtos populares costuma ser um bom indicativo de que o tempo tem passado para o consumidor.
E nada melhor do que os avanços tecnológicos para nos darem a dica de que os fios de cabelo branco estão prestes a chegar. Por isso, preparamos um pequeno guia de produtos e tecnologias do passado. Caso se identifique com dois ou três itens desta lista, talvez você já não seja mais tão jovem assim.
Sei meu UIN de cabeça!
Quem usava a internet por volta de 1996 deve se lembrar do sucesso do ICQ, o primeiro comunicador instantâneo a ser adotado amplamente, por pessoas do mundo todo. O software fez tanto sucesso que a Mirabilis, empresa responsável pelo desenvolvimento do programa, foi comprada pela AOL dois anos depois, por US$ 407 milhões.
Ainda hoje muitos recordam com saudosismo o apito de navio que soava ao se conectar no ICQ para bater papos com os amigos. A primeira regra para usar o ICQ à noite era verificar se as caixinhas de som estavam ligadas. Muitas vezes, por descuido, esse apito soava de madrugada, horário em que o acesso à internet era mais barato, e acabava acordando o resto da família.
Diferentemente do MSN, Google Talk e outros comunicadores instantâneos, o ICQ fornecia um identificador numérico para quem se cadastrasse no serviço. Esse número era conhecido como UIN e, na época, era tão importante decorá-lo quanto é saber de cabeça o telefone de casa. Felizmente, os tempos mudaram e hoje sabemos que passar um endereço de email é muito mais prático do que uma sequência de dígitos. Mas muitos ainda sabem, de cabeça, o próprio UIN, mesmo que não o usem mais.
Walkman e Discman
Hoje os jovens vão para a aula ouvindo músicas em MP3 players, dispositivos compactos e que funcionam durante horas, graças às baterias cada vez melhores. Mas na década de 80, o que fazia sucesso era um aparelho chamado Walkman que, além de sintonizar rádios AM e FM, também podia tocar fitas cassete.
Eram pesados, funcionavam com pilhas AA e, imagine você, não era possível pular para determinada música de uma fita sem ter que passar por todas as anteriores. Pior: usar demais os botões de avançar e recuar fazia com que as pilhas acabassem mais rapidamente.
Discman: músicas interrompidas pelo sacolejar da caminhada (Fonte da imagem: Wikimedia Commons)
Mais tarde, fitas e LPs começaram a ser substituídos pelos CDs. Não demorou muito até que surgisse o Discman. A desvantagem? Além do aparelho, que não era muito portátil, o usuário também tinha que carregar uma série de CDs para ouvir. E, com o sacolejar do ônibus ou da caminhada, a música era frequentemente interrompida, já que o laser parava de ler o disco.
Se você usou um desses aparelhos por muito tempo, deve achar fantásticos os MP3 players de hoje, mesmo os modelos mais simples.
Revelação de filme
Fotografar com filmes é bacana, mas um pouco caro e demorado (Fonte da imagem: Wikimedia Commons)
Poucas coisas nos fizeram gastar mais dinheiro e tempo do que as revelações de filmes fotográficos. Antes das câmeras digitais, era preciso controlar a ansiedade para saber se as fotos ficaram boas ou não. Além disso, podíamos tirar, no máximo, 36 fotos por filme. Uma piada se levarmos em consideração o número de imagens que cabe em um cartão de memória de 2 GB, tão comum hoje em dia.