Mulher afirmou ter sido rejeitada toda a vida (Foto: Luana Eid/G1) |
A mulher que ganhou na Justiça o direito de receber do pai R$ 200 mil
de indenização por abandono afetivo falou pela primeira vez com a
imprensa na manhã desta sexta-feira (4), em entrevista coletiva. Luciane
Nunes de Oliveira Souza diz que sempre se sentiu abandonada e que
jamais teve apoio paterno. "Passamos por muitas dificuldades,
principalmente em relação à alimentação. Meus irmãos sempre tiveram tudo
e eu nunca tive nada", desabafa a professora. O pai ainda pode recorrer
da decisão tomada pela Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça.
Para Luciane, porém, o resultado da ação é mais do que justa. "Nunca
tive um pai para me aconselhar, para conversar. Desde que nasci, ele
nunca me quis", afirma, emocionada. Ela diz que por pouco não passou a
infância em um orfanato. Após a morte dos avós, a mãe se viu perdida e
sem condições de criá-la e chegou a levá-la a um abrigo, mas acabou
desistindo da ideia.
Durante o relato, a professora afirmou que, ao completar 18 anos,
procurou o pai e pediu que ele continuasse a pagar pensão. "Eu queria o
dinheiro para poder estudar, mas, mesmo assim, ele interrompeu o
pagamento", disse.
A decisão do STJ foi dada no dia 24 de abril e tornou-se pública nesta
quarta-feira (02). Pela primeira vez no Brasil, uma turma do órgão
ordenou que um pai indenizasse a filha por abandono afetivo. O condenado
é um empresário de Sorocaba (SP) que trabalha no ramo de postos de combustíveis.
Fonte: G1
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