A juíza Milena Dias encerrou por volta de 19h45 desta quarta-feira (15) o terceiro dia do julgamento de Lindemberg Alves, acusado, entre outras coisas, de matar Eloá Pimentel depois de mantê-la mais de cem horas em cárcere privado. A sessão foi suspensa logo após o interrogatório do réu, que durou mais de cinco horas no Fórum de Santo André, no ABC paulista.
A audiência deve ser retomada por volta das 9h de quinta-feira (16), já com o início da fase de debates entre as partes. É nesse momento que os advogados de defesa e a promotoria expõem seus argumentos antes dos jurados se reunirem para decidir se Lindemberg é ou não culpado pelos 12 crimes de que é acusado.
A última parte do interrogatório foi feita pela defesa. Em cerca de dez minutos, a advogada Ana Lúcia Assad questionou se o réu gostaria de dizer mais alguma coisa para a família da vítima e se ele tinha sonhos com Eloá.
Lindemberg afirmou que não tinha mais nada a dizer, que já tinha pedido desculpas. Quanto aos planos com ex-namorada, ele disse que eram muitos, mas preferiu não enumerá-los.
O réu ainda afirmou que foi agredido muito dos policiais no caminho do apartamento até a delegacia de Santo André, logos após sua prisão.
Antes, ainda durante os questionamentos do assistente de acusação, José Beraldo, Lindemberg declarou que blefou várias vezes durante as conversas com a polícia inclusive quando disse que ia se matar.
- Sim, com certeza [ao ser perguntado se havia blefado quando disse que ia se matar].
O réu voltou a afirmar também que não havia necessidade do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) invadir o apartamento, pois ele tinha a intenção de libertar as reféns. Para ele, a "invasão policial causou a reação de Eloá que causou a reação dele".
Tiro
Lindemberg também afirmou que atirou em Eloá Pimentel quando ela fez um movimento sinalizando que iria levantar do sofá.
- Foi tudo muito rápido quando a polícia invadiu. Ela [Eloá] fez um movimento que ia levantar do sofá e eu, sem pensar, atirei. Fiquei com receio de ela tentar tirar de novo a arma da minha mão. Foi tudo muito rápido doutora, eu não pensei.
A declaração foi dada quando a juíza Milena Dias questionou Lindemberg sobre a acusação de homicídio da ex-namorada dele. Enquanto relatava o que ocorreu naquele dia, em outubro de 2008, o réu chegou a embargar a voz e se mostrar emocionado. Ele disse, no entanto, não se lembrar de ter atirado em Nayara Rodrigues.
- Eu não lembro de ter atirado na Nayara. O último contato visual que tive com ela foi antes da invasão.
Fonte: R7
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