A ciência investiga as origens e os tratamentos para a
síndrome da fadiga crônica, doença caracterizada por extrema exaustão
Mônica Tarantino
Cansaço profundo, dificuldade para se concentrar e uma
grande falta de disposição para cumprir a agenda do dia. Essas sensações estão
cada vez mais comuns. Há um grupo de indivíduos, porém, que não consegue
eliminar os sintomas do cansaço jamais. Para eles, a falta de energia e o
surgimento de novos sintomas, como dores nas articulações e de garganta, formam
um quadro de saúde grave a ponto de impedi-los até de levantar da cama pela
manhã. Com o passar do tempo, o impacto dessa condição na qualidade de vida é
muito forte: eles deixam de trabalhar, de sair, perdem amigos, casamentos
acabam. Essa soma de sintomas é conhecida por Síndrome da Fadiga Crônica.
Diversos estudos estão em andamento para investigar as
origens desse problema. Nos Estados Unidos, onde se estima que até quatro
milhões de pessoas tenham fadiga crônica, cientistas das universidades Columbia
e New York estudam micro-organismos que podem estar envolvidos com a doença. Na
Universidade de Utah, especialistas buscam um teste específico para a doença e
avaliam os resultados de programas de exercícios de 30 minutos. Uma das
notícias mais animadoras nesse campo foi a descoberta de que um remédio usado
para inibir o sistema imunológico, indicado a pacientes de linfoma (um tipo de
câncer), aliviou a fadiga em 63% dos pacientes que participaram da pesquisa,
feita no Haukeland Univerty Hospital, na Noruega.
EDUCAÇÃO
Segundo o médico Heymann, ainda há muita falta de informação
sobre a enfermidade
Ainda há muitos desafios em relação à síndrome. O principal
é torná-la mais conhecida entre os médicos. “Há muita falta de informação”, diz
o reumatologista Roberto Heymann, da Universidade Federal de São Paulo. Outro é
saber diferenciar o cansaço comum do patológico. O diagnóstico é clínico e não
existe um exame para comprovar a presença da síndrome. A lista de sintomas
físicos e emocionais é grande e qualquer pessoa se identifica com três ou mais
deles rapidamente. “A diferença está na intensidade dos sintomas e quando há
uma inabilidade do corpo de se recuperar totalmente após uma noite de sono ou
temporada de descanso”, disse à ISTOÉ a psicóloga inglesa Kristina Downing-Orr,
que lutou anos contra a doença e conseguiu superá-la.
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Fonte: Isto é
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