A Multiclick Brasil Publicidade, investigada por suspeita de ser uma pirâmide financeira,
teve negado pela Justiça ao menos dois pedidos ingressados por seus
advogados para evitar que seus bens e contas bancárias e atividades
sejam bloqueadas a pedido do Ministéro Público, a exemplo do que
aconteceu com empresas como Telexfree, BBom e Priples.
A empresa apresentou o pedido à Justiça Federal de Santa Catarina e ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ-RN).
Na medida cautelar ingressada em Itajaí (SC), a Multiclick solicitou
que os seus bens "não sofram quaisquer tipo de bloqueio/restrição, e que
novos contratos possam ser feitos e que o sítio da empresa requerente
possa funcionar sem qualquer tipo de restrição". A juíza federal da 2ª
Vara de Itajaí, Ana Carine Busato Daros, negou o pedido no dia 23 de
julho e determinou a extinção do processo.
Um mandado de segurança semelhante ingressado pela empresa também foi
negado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte em julgamento
realizado no dia 5 de agosto. Lá o processo também foi extinto.
A empresa é uma das diversas empresas investigadas no país por suspeita
de formação de pirâmide financeirpela força-tarefa criada pelos
ministérios públicos estaduais e federais. Um inquérito civil foi aberto
no MP do RN em julho.
Em sua página na internet, a Multiclick se anuncia como uma empresa de
compartilhamento de anúncios publicitários via internet e também com
produtos físicos, e afirma atuar por meio do marketing multinível,
sistema em que os revendedores são premiados pelas vendas de outros
associados que atraem para a rede.
"A empresa trabalha com publicidade, no sistema de MMN (Marketing Multi
Nível) e também com produtos físicos. Ex.: tablets, agendas, pen drive,
livros, etc. Portanto a sustentabilidade do negócio se baseia nas
vendas de serviços e produtos", anuncia.
A Multiclick informa estar no mercado desde novembro de 2012. No vídeo
mais recente publicado pela empresa, o presidente Wagner Alves pede que
os associados "fiquem tranquilos" e diz que a empresa é "séria" e que o
negócio "tem sustentabilidade". No vídeo, ele anuncia planos de abertura
de loja física e convida os associados a participarem da conferência do
grupo que acontece desta sexta (9) até domingo (11) em Balneário
Camboriú, incluindo palestra do médico Lair Ribeiro, além de show de
humor do comendiante Matheus Ceará, apresentação da cantora Gilmelândia e
do apresentador Luiz Ricardo.
Pela legislação brasileira, a prática de pirâmide financeira se
configura crime contra a economia popular. A lei n° 1.521, de 26 de
dezembro de 1951, estabelece pena de 6 meses a 2 anos de prisão, além de
multa, para o crime de "obter ou tentar obter ganhos ilícitos em
detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas mediante
especulações ou processos fraudulentos ("bola de neve", "cadeias",
"pichardismo" e quaisquer outros equivalentes)".
Os Ministérios Públicos Federal e Estaduais tem trabalhado em parceria
com ações visando o bloqueio dos bens das empresas com indícios de
pirâmide com o objetivo de evitar futuras quebras e possibilitar um
futuro ressarcimento.
"Este tipo de esquema é coisa antiga. Mas com as redes sociais ganhou
um fermento potencial inimaginável. Hoje, estas empresas crescem de
maneira rápida demais e aprendemos que quanto antes se consegue intervir
e bloquear menor o prejuizo para as vítimas", diz o procurador da
República em Goiás Helio Telho. "A pirâmide tem vida curta. E quem está
do meio para baixo toma prejuízo sempre. E é sempre a maioria. As
pessoas ficam na expectativa que vão chegar no topo e o encantamento com
a possibilidade de mudar de vida acaba muitas vezes afetando até mesmo o
senso crítico", afirmou em entrevista ao G1 o promotor
de Goiás Murilo de Moraes e Miranda, presidente da Associação Nacional
do Ministério Público do Consumidor (MPCON) e que participa da
força-tarefa que investiga pirâmides nopaís.
Embora os golpes financeiros do tipo pirâmide tendam sempre a se
sofisticar, há características comuns que podem ajudar a identificá-los.
Saiba como identificar indícios de pirâmide para não cair em golpes.
Fonte: G1
Um comentário:
cara, o G1 e da emissora globo, eu acredito que ela e contra as empresa de marketing multinivel que sao suas concorrete
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