O Quinto Constitucional é visto com bons olhos pelos que entendem que
a nomeação de advogados e membros do Ministério Público oxigena os
tribunais e traz uma visão externa que enriquece o debate nos
julgamentos.
Ao mesmo tempo, essa renovação de “ares” pode sufocar magistrados de
carreira, que se sentem desestimulados por terem disputado concursos
difíceis e adquirido experiência durante anos em comarcas do interior,
trajetória normal até chegar aos tribunais.
Indicações políticas ou por influência de parentesco costumam desmotivar ainda mais os juízes de primeira instância.
Reportagem de Leandro Colon e Diógenes Campanha, publicada na Folha
neste domingo (14/7), trata de assunto que vinha sendo mencionado –e
cobrado– em comentários de leitores deste Blog: o lobby visando a
indicação das advogadas Letícia Mello, filha do ministro Marco Aurélio
Mello, do Supremo Tribunal Federal, e Marianna Fux, filha do ministro
Luiz Fux, também do STF, para vagas de desembargadoras pelo Quinto
Constitucional.
Segundo a reportagem, Marianna disputa uma vaga no Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro. Letícia, no Tribunal Regional Federal da 2ª
Região, com sede no Rio.
O Judiciário volta a conviver com a dúvida comum nesses casos:
pesarão a experiência e o currículo das candidatas ou os famosos
sobrenomes?
Os advogados José Roberto Batocchio e Ophir Cavalcante exaltam as
qualidades de Letícia. Ainda quando estava na advocacia, o mais novo
ministro do Supremo, Luís Roberto Barroso, enviou cartas elogiando a
filha de Marco Aurélio.
Marianna trabalha no escritório do advogado Sérgio Bermudes, amigo de Fux.
Fux não respondeu aos pedidos de entrevista da Folha. As duas candidatas não se manifestaram.
A reportagem revela que Marco Aurélio procurou desembargadores para
tratar da indicação da filha. “Jamais pedi voto, só telefonei depois que
ela os visitou para agradecer a atenção a ela”, disse o ministro.
“É pecado [a indicação]? É justo que nossos filhos tenham que optar por uma vida de monge?” –questiona.
Fonte: Folha de São Paulo
Para o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), a advogada Marianna Fux, 32, é “respeitada” e “brilhante”.
Na avaliação de Ophir Cavalcante,
ex-presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o
currículo da colega Leticia Mello, 37, “impressiona”.
A mesma opinião tem o experiente
advogado José Roberto Batocchio: “É uma advogada com intensa militância,
integra um grande escritório, com ampla atuação no Rio”.
Meses atrás, o mais novo ministro do STF
(Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, exaltou as qualidades
de Leticia numa carta enviada a desembargadores do Tribunal Regional
Federal da 2ª Região, com jurisdição no Rio e no Espírito Santo. Em
troca, ela prestigiou a posse dele no STF.
As duas advogadas são filhas de
ministros do Supremo. Com poucos anos de advocacia, estão em campanha
para virar desembargadoras, juízas da segunda instância.
Filha do ministro Luiz Fux, Marianna
lidera as apostas para substituir o desembargador Adilson Macabu, que se
aposenta no Tribunal de Justiça do Rio nesta semana.
Se for bem sucedida, ela terá um salário de R$ 25,3 mil e regalias como carro oficial e gabinete com assessores.
Filha do ministro Marco Aurélio Mello,
Letícia pode conseguir coisa parecida. Ela foi a mais votada numa lista
submetida à presidente Dilma Rousseff para o preenchimento de uma vaga
no TRF do Rio.
Leticia é mais experiente do que
Marianna. Formou-se em 1997 e trabalha num escritório de prestígio. É
considerada no meio jurídico uma advogada promissora, mas que
dificilmente chegaria tão cedo a uma lista tríplice se o pai não
estivesse no STF.
Em entrevista à Folha, Marco Aurélio saiu em defesa da filha: “Se ser novo apresenta algum defeito, o tempo corrige”. Ele procurou desembargadores para tratar da indicação da filha, mas nega ter pedido qualquer coisa. “Jamais pedi voto, só telefonei depois que ela os visitou para agradecer a atenção a ela”.
No TJ do Rio, há registro de apenas
cinco processos em que Leticia atuou. No TRF, onde ela quer ser
desembargadora, não há menção. Leticia formou-se no Centro Universitário
de Brasília e não tem cursos de pós-graduação.
“Há muitos que têm diversos canudos debaixo do braço e deixam a desejar”, diz Marco Aurélio. “É pecado [a indicação]? É justo que nossos filhos tenham que optar por uma vida de monge?”
Leticia e Marianna disputam vagas do chamado quinto constitucional, reservadas a juízes indicados pela OAB.
O ministro Fux foi desembargador do TJ
do Rio no início da carreira e conhece quem pode ajudar sua filha. A
votação no tribunal deverá ser aberta. Um integrante do TJ diz que isso
pode criar constrangimento, se algum ex-colega de Fux quiser se opor à
escolha da sua filha.
Marianna formou-se há dez anos pela
Universidade Cândido Mendes, no Rio, e seu currículo exibe uma
pós-graduação em Teoria das Obrigações e Prática Contratual pela
Fundação Getúlio Vargas.
A FGV informou à Folha que não se trata
de pós-graduação, mas de um curso de extensão universitária de quatro
meses. Marianna atuou em apenas seis processos no TJ do Rio: um sobre
extravio de bagagem, os demais sobre espólio e dano moral.
Em abril deste ano, o advogado Sérgio
Bermudes, que é amigo de Fux e emprega Marianna, organizou uma festa
para comemorar o aniversário do ministro. Os desembargadores do TJ foram
convidados, mas Fux cancelou o evento após sofrer críticas.
O presidente da OAB do Rio, Felipe Santa Cruz, diz que ainda não foi aberta a lista para a qual Marianna poderá ser indicada. “Não posso me manifestar sobre algo que não existe ainda”, afirmou, sem negar a movimentação a favor da advogada.
Leticia Mello tem dois adversários mais
experientes na lista submetida a Dilma: os advogados Luiz Henrique
Alochio, 43, e Rosane Thomé, 52.
Eles preferem evitar a polêmica. “Espero
que seja escolhido o melhor avaliado do ponto de vista da
meritocracia”, diz Alochio. “Não tenho grandes expectativas. A nomeação é
tão sem critério, aleatória”, afirma Rosane, que tem 30 anos de advocacia.
Procurada, Leticia disse que não se
manifestaria sobre o assunto. Marianna e seu pai não responderam aos
pedidos de entrevista da Folha.
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Para o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), a advogada Marianna Fux, 32, é “respeitada” e “brilhante”.
Na avaliação de Ophir Cavalcante,
ex-presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o
currículo da colega Leticia Mello, 37, “impressiona”.
A mesma opinião tem o experiente
advogado José Roberto Batocchio: “É uma advogada com intensa militância,
integra um grande escritório, com ampla atuação no Rio”.
Meses atrás, o mais novo ministro do STF
(Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, exaltou as qualidades
de Leticia numa carta enviada a desembargadores do Tribunal Regional
Federal da 2ª Região, com jurisdição no Rio e no Espírito Santo. Em
troca, ela prestigiou a posse dele no STF.
As duas advogadas são filhas de
ministros do Supremo. Com poucos anos de advocacia, estão em campanha
para virar desembargadoras, juízas da segunda instância.
Filha do ministro Luiz Fux, Marianna
lidera as apostas para substituir o desembargador Adilson Macabu, que se
aposenta no Tribunal de Justiça do Rio nesta semana.
Se for bem sucedida, ela terá um salário de R$ 25,3 mil e regalias como carro oficial e gabinete com assessores.
Filha do ministro Marco Aurélio Mello,
Letícia pode conseguir coisa parecida. Ela foi a mais votada numa lista
submetida à presidente Dilma Rousseff para o preenchimento de uma vaga
no TRF do Rio.
Leticia é mais experiente do que
Marianna. Formou-se em 1997 e trabalha num escritório de prestígio. É
considerada no meio jurídico uma advogada promissora, mas que
dificilmente chegaria tão cedo a uma lista tríplice se o pai não
estivesse no STF.
Em entrevista à Folha, Marco Aurélio saiu em defesa da filha: “Se ser novo apresenta algum defeito, o tempo corrige”. Ele procurou desembargadores para tratar da indicação da filha, mas nega ter pedido qualquer coisa. “Jamais pedi voto, só telefonei depois que ela os visitou para agradecer a atenção a ela”.
No TJ do Rio, há registro de apenas
cinco processos em que Leticia atuou. No TRF, onde ela quer ser
desembargadora, não há menção. Leticia formou-se no Centro Universitário
de Brasília e não tem cursos de pós-graduação.
“Há muitos que têm diversos canudos debaixo do braço e deixam a desejar”, diz Marco Aurélio. “É pecado [a indicação]? É justo que nossos filhos tenham que optar por uma vida de monge?”
Leticia e Marianna disputam vagas do chamado quinto constitucional, reservadas a juízes indicados pela OAB.
O ministro Fux foi desembargador do TJ
do Rio no início da carreira e conhece quem pode ajudar sua filha. A
votação no tribunal deverá ser aberta. Um integrante do TJ diz que isso
pode criar constrangimento, se algum ex-colega de Fux quiser se opor à
escolha da sua filha.
Marianna formou-se há dez anos pela
Universidade Cândido Mendes, no Rio, e seu currículo exibe uma
pós-graduação em Teoria das Obrigações e Prática Contratual pela
Fundação Getúlio Vargas.
A FGV informou à Folha que não se trata
de pós-graduação, mas de um curso de extensão universitária de quatro
meses. Marianna atuou em apenas seis processos no TJ do Rio: um sobre
extravio de bagagem, os demais sobre espólio e dano moral.
Em abril deste ano, o advogado Sérgio
Bermudes, que é amigo de Fux e emprega Marianna, organizou uma festa
para comemorar o aniversário do ministro. Os desembargadores do TJ foram
convidados, mas Fux cancelou o evento após sofrer críticas.
O presidente da OAB do Rio, Felipe Santa Cruz, diz que ainda não foi aberta a lista para a qual Marianna poderá ser indicada. “Não posso me manifestar sobre algo que não existe ainda”, afirmou, sem negar a movimentação a favor da advogada.
Leticia Mello tem dois adversários mais
experientes na lista submetida a Dilma: os advogados Luiz Henrique
Alochio, 43, e Rosane Thomé, 52.
Eles preferem evitar a polêmica. “Espero
que seja escolhido o melhor avaliado do ponto de vista da
meritocracia”, diz Alochio. “Não tenho grandes expectativas. A nomeação é
tão sem critério, aleatória”, afirma Rosane, que tem 30 anos de advocacia.
Procurada, Leticia disse que não se
manifestaria sobre o assunto. Marianna e seu pai não responderam aos
pedidos de entrevista da Folha.
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