Brasília – Em uma ampla sala
colorida, cercado por cuidadoras, um grupo de seis bebês, com 6 meses
de idade em média, divide o mesmo espaço, brinquedos e histórias de
vida. Todos eles vivem em uma instituição de acolhimento enquanto
aguardam que a Justiça defina qual o seu destino: voltar para a família
biológica ou ser encaminhados para adoção.
A realidade das 27 crianças que moram no Lar da Criança Padre
Cícero, em Taguatinga, no Distrito Federal (DF), repete-se em outras
instituições do país. Enquanto aguardam os trâmites judiciais e as
tentativas de reestruturação de suas famílias, vivem em uma situação
indefinida, à espera de um lar. Das 39.383 crianças e adolescentes
abrigadas atualmente, apenas 5.215 estão habilitadas para adoção. Isso
representa menos de 15% do total, ou apenas um em cada sete meninos e
meninas nessa situação.
Aprovada em 2009, a Lei Nacional da Adoção regula a situação das
crianças que estão em uma das 2.046 instituições de acolhimento do país.
A legislação enfatiza que o Estado deve esgotar todas as possibilidades
de reintegração com a família natural antes de a criança ser
encaminhada para adoção, o que é visto como o último recurso. A busca
pelas famílias e as tentativas de reinserir a criança no seu lar de
origem podem levar anos. Juízes, diretores de instituições e outros
profissionais que trabalham com adoção criticam essa lentidão e avaliam
que a criança perde oportunidades de ganhar um novo lar.
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Fonte: Agência Brasil
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