Queda de braço atrapalha atendimento à população
Após a decisão do governo do estado de pressionar os grevistas a retornarem ao
trabalho cortando o ponto dos faltosos, parte dos servidores da Administração
Indireta decidiram ontem retomar suas atividades. Funcionários do Idema e Idiarn
(Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN) decidiram pela retomada das
atividades. Por outro lado, outros continuam a paralisação - como é o caso do
Detran, Emater, Emparn e Fundação José Augusto (FJA) - prejudicando o
atendimento à população.
Filas também nas agências, mas bancários devem retomar atividades Foto:Fotos: Carlos Santos/DN/D.A Press |
No Detran, o setor mais afetado ontem pela
manhã era o de Registro de Veículos. Nas duas salas de atendimento - uma para
dar entrada nos processos e outra da auditoria externa - apenas a metade dos
funcionários trabalhava. Para piorar a situação, a única impressora do setor que
emite os documentos estava quebrada e, por volta das 9h30, ainda não havia sido
reposta. Proprietário de uma autoescola, Marco Antônio de Miranda, eraum dos
prejudicados. Ele acompanhava a irmã para tentar retirar o veículo dela que
havia sido apreendido. "Na autoescola, sou obrigado a ter duas impressoras, dois
computadores, dois leitores biométricos para funcionar. Mas aqui só tem um
equipamento e quando quebra não se sabe nem quando vai ter retorno".
O
coordenador do setor de Registro de Veículos, Marcelo Galvão, explica que o
problema da impressora é pontual e que seria resolvido ainda pela manhã. Porém,
ele admitiu que a greve provocou uma lentidão no atendimento. Tanto que na
auditoria - onde apenas dois servidores trabalhavam - o número de usuários
estava sendo limitado a 80 atendimentos diários. "Geralmente, um processo é
resolvido no mesmo dia. Hoje estamos demorando dois dias para
encerrá-lo".
Livro de ponto
Na Fundação José
Augusto (FJA), os grevistas resolveram continuar com o movimento por tempo
indeterminado. Lá, um livro de ponto é colocado na recepção 15 minutos antes do
horário de entrada e recolhido após as 8h; posteriormente, o mesmo procedimento
é tomado para a saída das 13h. Também acontece o mesmo para os funcionários do
turno vespertino que trabalham das 11h às 18h. Ontem, segundo a diretora
administrativa da FJA, Ana Neuma Teixeira, 61 pessoas assinaram o ponto,
incluindo cargos comissionados, mas ela nega que o livro seja uma forma de
pressão. "Esse era um controle que já estava previsto anteriormente, mas
coincidiu de ser implantado no período de greve". Do lado de fora, os servidores
afirmavam que apenas os cargos comissionados estão trabalhando junto com os 30%
de efetivo previstos pela Lei de Greve. Ao todo, a FJA possui 498 funcionários.
Fonte: Diário de Natal
Nenhum comentário:
Postar um comentário