Encerrou hoje (25) a II Reunião de Análise e Previsão Climática para o Norte e Nordeste, que foi realizada na sede da sede da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), em Parnamirim.
Após análise dos parâmetros climáticos, meteorologistas do Nordeste concluíram que a previsão é de que na região ao norte do Nordeste brasileiro “predomine a condição de chuva de normal e abaixo do normal da média histórica, com grande variabilidade temporal e espacial para o período de março a maio no semiárido nordestino”.
Com relação à reserva hídrica dos reservatórios do Nordeste, considerando os volumes atualmente disponíveis e “com um provável cenário de chuvas de normal a abaixo da média histórica para os próximos três meses, sem expectativas de recargas expressivas, é necessário a adoção de medidas para prolongar o horizonte de disponibilidade hídrica para a região”.
Em entrevista, o meteorologista chefe da Emparn, Gilmar Bistrot, disse que em relação ao ano anterior, a previsão é um pouco melhor. “Ano passado nós tivemos um déficit em torno de 15% a 20% e nós esperamos um déficit menor nesse ano. É claro que se as condições do oceano Atlântico Sul continuarem melhorando do jeito que vem acontecendo, nós poderemos ter uma qualidade das chuvas melhor e quem sabe até acontecer de chuvas para recuperar as condições mananciais hídricos no interior do estado”.
Questionado se as chuvas previstas são suficientes para abastecer os reservatórios, Bistrot disse que ainda não é possível precisar aonde as chuvas acontecerão com maior eficiência e que é necessário realizar um acompanhamento semanal . "Os recursos hídricos, os reservatórios se vão encher ou não, isso vai depender da qualidade da chuva. Essa previsão ela é tocante aos três meses, nós não sabemos ainda precisar aonde as chuvas vão acontecer com maior eficiência. Se vai acontecer na bacia do rio Piranhas, enchendo assim o açude Armando Gonçalves. Se vai acontecer no Seridó, recuperando o manancial do Itans. Então é preciso a gente fazer esse monitoramento semanal para ver as condições e aonde essas chuvas vão acontecer e se terá recuperação expressiva no manancial", explicou Bristot.
A II Reunião de Análise e Previsão Climática para o Norte do Nordeste do Brasil foi iniciada ontem com os meteorologistas de cada Estado fazendo uma exposição sobre o comportamento das chuvas entre meados de janeiro a meados de fevereiro. Para a previsão anunciada hoje, os especialistas lembram ainda “que como poderão haver mudanças significativas referentes aos parâmetros oceanos/atmosféricos durante as próximas semanas, principalmente nos oceanos, é de extrema importância um monitoramento contínuo nessas regiões que possam inserir algumas mudanças no atual prognóstico”.
Os meteorologistas afirmam ainda que, no caso do oceano Atlântico, a tendência para os próximos meses é de uma situação do Atlântico Sul levemente mais aquecido que o Atlântico Norte, o que indica uma condição melhor na ocorrência de chuvas para aos meses de março, abril de maio de 2015, quando comparada com a condição apresentada no mês anterior. Por outro lado, os resultados dos modelos numéricos de previsão de chuva para a região não foram levados em consideração na análise dos meteorologistas, uma vez que esses modelos utilizam uma condição prevendo o aquecimento do Oceano Pacífico, o que não vem se confirmando nos últimos meses, prevalecendo, assim, a opinião de que as condições sinóticas serão dominantes.
Fonte: Nominuto
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