A proposta de estender o
horário de verão até março em 10 Estados do país e Distrito Federal foi
suspensa ontem (11), em reunião do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga
com a presidente Dilma Rousseff. Com a crise do setor elétrico e os baixos índices
de chuva, a hipótese de estender o horário de verão foi levantada pelo
ministério, mas mesmo assim, a economia gerada nesse período não valeria a
pena. “A razão de não ser prorrogada é que parte do Brasil ficaria escura pela
manhã e teríamos, portanto, mais consumo de energia. Na parte da tarde, haveria
um ganho de energia se a ponta de carga estivesse se confirmando”, disse Braga
à imprensa. Nas outras edições, o maior consumo era a partir das 18h, o que não
tem mais acontecido nesta edição, que tem registrado horários de pico a partir
das 14h, por causa do forte calor e o uso de aparelhos de refrigeração. De
acordo com a ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), entre 2010 e 2014 o
horário de verão resultou em economia de R$835 milhões para os consumidores. A
estimativa para a edição 2014/2015 é em torno de 278 milhões, 31% a menos do
que na edição passada, que alcançou 405 milhões. Para o climatologista da Somar
Meteorologia, Paulo Etchichury a decisão do governo foi adequada. "As
condições dos reservatórios são críticas no momento por ser o terceiro ano
consecutivo com menos chuvas. O fato de postergar o recurso de verão implicaria
nos hábitos da população, causando transtornos. Por outro lado, o impacto não
seria tão grande na economia e não daria para mensurar resultados”, comenta.
Segundo o meteorologista da Somar, Celso Oliveira, dificilmente será atingido o
número estabelecido pela ONS de 35%, como o mínimo nos níveis dos
reservatórios, já que as condições atuais de chuvas não devem ser revertidas,
sendo insuficientes para garantir uma recuperação, mesmo que parcialmente.
“Do
ponto de vista de condições de chuva e reservatórios, fica eminente o risco de
racionamento em 2015, por isso, a população tem que se conscientizar que
estamos em um ano crítico e será necessária a economia de consumo”, finaliza
Etchichury.
Fonte: Soma Meteorologia
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