Evelson de Freitas/Estadão
"Bolão na Mega-Sena da Virada levou R$ 56,17 milhões"
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SALVADOR - A Secretaria de Saúde de Teofilândia, cidade de 23 mil
habitantes a 194 quilômetros de Salvador, elabora dia a dia, desde a
virada do ano, um esquema especial de plantão para o funcionamento do
único hospital do município, o Waldemar Ferreira de Araújo. Isso porque,
dos 42 servidores que trabalhavam no local até o dia 31, 22 não são
vistos no centro de saúde desde o dia 1º. Participantes de um bolão,
eles fizeram uma das quatro apostas vencedoras da Mega-Sena da Virada.
Eles
receberam R$ 56,17 milhões, divididos em quatro cotas de R$ 4,32
milhões, para quem apostou R$ 10 no jogo, e 18 cotas de R$ 2,16 milhões,
para os que apostaram R$ 5. O montante é maior que a arrecadação anual
da cidade, de R$ 42 milhões.
"Quatro deles eram
funcionários temporários, que tinham contratos vencendo no dia 31 e já
não viriam trabalhar a partir do dia 1º", conta a secretária. "Além
deles, sabíamos que outros três, que estavam com férias agendadas para
janeiro, não viriam. Recebemos seis pedidos de licença não remunerada,
que já foram concedidas, mas ainda há oito funcionários que não
apareceram, nem justificaram a ausência."
De acordo com
Núbia, servidores da secretaria foram remanejados para manter as rotinas
do local. "O hospital continua funcionando normalmente", diz. "Vamos
providenciar a substituição dos servidores que decidirem se licenciar ou
se exonerar."
O setor mais desfalcado foi o de motoristas.
Dos seis funcionários encarregados de dirigir carros e ambulâncias,
apenas um ficou fora do bolão - e, ainda assim, por não estar na cidade
no dia que a aposta foi feita. "Tive de viajar e os colegas preferiram
adiantar a aposta, por isso fiquei de fora", conta Antônio de Jesus
Matos, de 41 anos. "Quando soube (do resultado), fiquei abatido, mas
estou torcendo por eles. Deus faz as coisas no tempo certo."
Segurança.
Matos conta acreditar que um dos motivos para que os vencedores da
Mega-Sena tenham se ausentado após receber o prêmio é a falta de
segurança na cidade. Apesar de pequena, Teofilândia tem vivido, segundo
ele, uma onda de assaltos que deixa a população apreensiva. "Eles não se
afastaram (do trabalho) por não gostar, mas por questões de segurança",
avalia.
A lotérica na qual o jogo foi feito, a única da
cidade, localizada no centro, por exemplo, foi assaltada duas vezes no
último ano. "Temos enfrentado um problema de segurança", admite o
prefeito Adriano de Araújo (PT). "Tivemos uma onda de assaltos no ano
passado e estamos reivindicando aumento do efetivo policial na cidade,
mas não tivemos retorno da Secretaria de Segurança Pública." Trabalham
na cidade oito policiais militares, em regime de revezamento, três
policiais civis - dois agentes e um escrivão - e o delegado, Getúlio
Queiroz.
Fonte: Estadão.msn
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