O relatório da empresa de consultoria CB&I, que inspecionou as obras
de enrocamento da praia de Ponta Negra a pedido do Ministério Público,
aponta falhas na execução do projeto a cargo da empresa Camillo Colier,
principalmente devido à colocação de pedras com tamanho e peso que podem
ser carregadas pela ressaca do mar. O relatório foi apresentado nesta
quarta-feira (27) e sugere que seja feito o engordamento da praia.
Em reunião na sede do MP em Candelária, contando com a presença de
ambulantes, comerciantes, usuários da praia, além de representantes da
Caern, Semurb, Semsur e também o Ministério Público Federal, a promotora
do Meio Ambiente Gilka da Mata disse que o Ministério da Integração
Nacional reconheceu que o problema de Ponta Negra é maior do que era
esperado. Os gastos com a o enrocamento preocupam o MP.
“A
nossa preocupação maior é a com a necessidade da manutenção do
enrocamento e do seu custo financeiro”, disse a promotora, em relação a
um dispêndio anual estimado em R$ 1,8 milhão, com base em informação de
órgãos ambientais de Pernambuco, onde também foi executado projeto
semelhante nas praias de Olinda, na região metropolitana de Recife.
Segundo
ela, o parecer conclusivo da CB&I é de que a solução ideal para
Ponta Negra continua sendo o engordamento da praia, para repor a areia
retirada pela ressaca do mar e evitar novos desmoronamentos e retiradas
das pedras que estão sendo colocados à margem do calçadão. A promotora
disse que, para o engordamento, com a retirada de bancos de areia do
fundo do mar, seria necessário um investimento de R$ 17,6 milhões.
“Com
essa possibilidade a gente vai aumentando a faixa de praia”, disse
Gilka da Mata, citando o exemplo que foi feito na praia de Copacabana,
no Rio de Janeiro. “Pelo que colocou-se no papel, a gente percebeu que
esse procedimento pode demorar mais de dois anos. A gente não pode
perder tempo, mas não é uma coisa fácil”, reforçou a promotora.
Manutenção
A
promotora Marjorie Madruga disse que há a necessidade de se fazer
manutenções periódicas no enrocamento, vez que a estrutura que está
sendo montada na praia de Ponta Negra, cujo calçadão foi levado pela
ressaca marítima, “está em desacordo com o projeto apresentado, o que
poderá afetar a segurança dos frequentadores da orla marítima”.
“Se
estamos enfrentando problemas com uma obra provisória, que tipos de
problemas teremos de enfrentar numa obra definitiva que está por vir? Se
hoje os trabalhadores estão sendo prejudicados, quais serão os danos
para a comunidade? Nós queremos a minimização dos danos”, disse a
promotora Marjorie Madruga.
Fonte: Tribuna do Norte
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