segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Segurança: Atestados afastam 5% do efetivo da PM

O desgaste físico e mental tem afastado os policiais militares do Rio Grande do Norte de suas atividades profissionais. De acordo com o departamento médico da PM, até o final do mês de junho passado, 486 deles foram afastados completa ou parcialmente de seu trabalho por problemas de saúde.

O número representa 5,22% do total do efetivo ativo da corporação, que é de 9300 servidores. Os afastamentos desses profissionais podem acontecer de duas formas. Em uma delas, o policial é completamente desligado de suas funções dentro da Polícia Militar. Isso acontece quando a enfermidade impossibilita o trabalho. Mas o PM também pode ser retirado das ruas e encaminhado a atividades administrativas, quando a doença o atinge de maneira menos agressiva. Os dados  do departamento médico também dão conta de que a maior causa do afastamento completo da corporação é a psiquiatria, enquanto a ortopedia lidera os casos de remanejamento da atividade ostensiva para os trabalhos internos.
Porém, a falta de prática contínua de exercícios físicos, comum em uma grande parcela dos policiais militares, pode desencadear uma série de doenças que compõem o terceiro maior motivo de impossibilidade de trabalho. São as doenças clínicas, nas quais se incluem as vasculares. De acordo com o diretor de Saúde da Polícia Militar, coronel Roberto Galvão,  esta também é uma preocupação da PM.  “Se tem paciente que é hipertenso, diabético e está com excesso de peso, ele terá desempenho de trabalho que não é o ideal. A sobrecarga da atividade profissional pode agravar isso”, afirmou.

No Rio Grande do Norte, só os policiais dos batalhões especializados têm uma rotina diária de exercícios físicos a serem cumpridas, por determinação dos respectivos comandos. De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar do nosso estado, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva, isso acontece porque a rotina de trabalho dos demais militares não permite que eles tenham esse tempo disponível, dentro da corporação, para a prática dos exercícios. “Mas existem avaliações físicas para os cursos de especialização e para formação dos batalhões”, informou Araújo.

Além disso, o trabalho para coibir o desenvolvimento das doenças cardiovasculares e vasculares cerebrais oferecidos pela PM também não é o ideal. Atualmente, a corporação não dispõe de pessoal e estrutura física para o desenvolvimento dessas preventivas.

O coronel-médico Roberto Galvão revelou à reportagem que não dispõe sequer de um endocrinologista, especialista no sistema endócrino, aquele responsável pela produção de hormônios e suas regulações. É o médico procurado pelos pacientes com sobrepeso. Galvão contou que há um projeto elaborado para a criação de um serviço específico para este fim, mas nada saiu do papel. Falta verba e gente. Há 13 anos não há concurso para recomposição do quadro da equipe de saúde da Polícia Militar. O coronel-médico disse também que seria necessário, como prevê o projeto, o trabalho conjunto de pelo menos um cardiologista, um nefrologista (para tratar problemas renais), um endocrinologista, um cirurgião vascular, um psicólogo e um nutricionista. “A proposta também é de realizar palestras e montar uma farmácia de manipulação e uma academia de ginástica”, completou.


Fonte: Tribuna do Norte

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