Como é de conhecimento público, o Rio Grande do Norte historicamente sempre foi um estado importador de energia, ou seja, para atender a sua demanda adquiria energia dos estados geradores, em especial da Bahia. Com o advento da energia eólica, associada à geração termelétrica, este cenário inverteu-se e, para tanto, se faz necessário dotar o nosso estado de um sistema de transmissão de energia elétrica robusto, capaz de atender a totalidade do potencial energético da região.
O Rio Grande do Norte é o estado com o maior potencial eólico do país e possui hoje mais de 3000 MW de capacidade instalada contratada e há, ainda, capacidade para mais que o dobro desse número. Entretanto, devido às restrições de escoamento, em especial dos potenciais localizados próximos à Subestação João Câmara – integrante do Sistema Interligado Nacional (SIN) gerido pelo Ministério de Minas e Energia (MME) – a negociação desse potencial tem sido prejudicada.
O leilão desta sexta-feira (23) trouxe uma nova regra que condiciona o cadastro à capacidade de escoamento da energia, considerando apenas as ICGs e os reforços existentes e previstos para operarem comercialmente até janeiro de 2015.
Como consequência desta medida adotada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) – entidade que assessora o Ministério de Minas e Energia no planejamento energético do Brasil – o RN que havia cadastrado 113 projetos (2.776 MW), conseguiu habilitar apenas 41 destes projetos (980 MW), o que reduziu nossa competitividade para esse leilão, especificamente.
Os resultados de hoje (23) deram ao Rio Grande do Norte a 4ª posição com 7 novos parques eólicos e capacidade instalada de 132 MW. As mudanças realizadas pelo Governo Federal neste leilão também impactaram nos resultados do Ceará e Rio Grande do Sul, estados historicamente bem posicionados no número de parques e capacidade instalada.
Contudo, o Rio Grande do Norte mantém a liderança no acumulado de todos os leilões com 2633.6 MW, o que corresponde a 31% de toda a energia eólica comercializada no país desde 2009, e voltará à condição de protagonista em 2014, dentre os estados mais competitivos. Isso porque, ações do Governo do Estado – por meio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico – com o apoio da bancada federal junto aos órgãos responsáveis pelo Planejamento da Transmissão (MME/EPE e ANEEL), viabilizaram o processo de licitação das linhas de transmissão que fecharão o circuito de 500kV (quilovolts) no Nordeste.
Recentemente essas linhas foram indicadas no planejamento da EPE, aprovadas pelo Ministério de Minas e Energia e agora constam no planejamento da ANEEL para licitação no 1º semestre de 2014.
Em termos de contratação de energia nova, a realização dessa licitação permite que a capacidade de escoamento seja utilizada por empreendedores que negociarem energia já em 2014, através de um Leilão A-3 previsto para o 1º semestre
A ação do Governo do Estado junto aos órgãos federais para a construção dessas novas linhas assegura a implantação de inúmeros projetos eólicos a médio e longo prazo e garante o crescimento sem sobressaltos do setor de energia renovável.
Fonte: BG
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