Na semana que passou, a imagem de uma jovem vestida de palhacinho
segurando um cartaz durante o protesto de divulgadores da Priples contra
a prisão dos donos da empresa chamou a atenção não apenas pelo erro de
português, mas também pela mensagem. A peça escrita à mão dizia: “falar
que é pirâmide é fácil, difício (sic) é provar”. Pode ser difícil
reconhecer o esquema imediatamente, pois ele se aproveita justamente de
informações confusas. Mas não é difícil provar que há algo errado
num
sistema que promete retorno de 60% em um mês sobre o capital investido,
desde que o interessado atraia outros. A matemática ajuda nessa conta e
mostra que 70% das pessoas, pelo menos, que entram em pirâmides vai com
certeza perder dinheiro.
“Trata-se de uma progressão geométrica”, explica o professor de
finanças da Faculdade Boa Viagem Roberto Ferreira. Ele diz que esse
sistema se alimenta da entrada de novas pessoas e, a cada novo grupo
entrante, esse número se multiplica ainda mais. “No passado, esse tipo
de corrente orientava a pessoa a recrutar outras por cartas. Esse
processo gera uma conta vasta e que vai incluir milhões de pessoas
rapidamente. Hoje, com a internet, a velocidade de multiplicação é muito
maior.”
Um relatório produzido em 1998 pela Comissão Federal do Comércio
(FTC) dos Estados Unidos, organismo do governo norte-americano de
proteção ao livre mercado, resume o esquema de pirâmide como um golpe.
“Por natureza, o esquema de pirâmide nunca poderá cumprir com suas
obrigações diante da maioria dos participantes. Para sobreviver,
pirâmides precisam manter e atrair quantos membros for possível”, diz o
relatório. Quando quebra, quem fica com a maior parte do dinheiro é o
criador do esquema e uma menor parte fica para os divulgadores que
entraram antes.
A proliferação recente de esquemas piramidais foi turbinada pela
internet e pela facilidade de encontrar pessoas interessadas em ganhar
dinheiro rapidamente. O esquema é antigo, há relatos do século 19, mas
ficou conhecido internacionalmente como Pirâmide de Ponzi, um italiano
que fez fama e fortuna nos anos 1920 nos Estados Unidos. Assim como
acontece hoje em Pernambuco e no Brasil, seu esquema de ganhos rápidos e
vultosos causou histeria, com pessoas vendendo o que tinham para entrar
na jogada. Mesmo depois de a empresa sofrer intervenção do governo,
muitos investidores reclamaram e apoiavam Ponzi, defendendo-o
ferozmente.
Via Blog do Robson Pires
Nenhum comentário:
Postar um comentário