É com uma tremenda infelicidade que venho hoje tornar público minha
insatisfação com a postagem publicada no dia 20 de julho no blog do Édipo Natan .
Caro blogueiro, o senhor foi totalmente infeliz em praticamente toda a sua
pseudo reportagem sobre o movimento. O Grupo Vem Pra Rua Santa Cruz, é composto
por professores, alunos secundaristas e universitários, sindicalistas,
artistas, e demais setores da sociedade preocupados com o futuro de nossa
cidade. Somos a mente pensante da sociedade brasileira, isto é, não temos
envolvimento com políticos, somos um grupo apartidário. Para ficar mais claro
ainda, não temos “rabo preso” com nenhum político da cidade, nem mesmo do
estado.
Caro Édipo, se o senhor estivesse participando das assembléias quase
diárias, ou dos manifestos, ou mesmo feito o papel de um jornalista, investigar
os dois lados da moeda antes de escrever algo, não haveria de caracterizar os
participantes como: “pessoas de Santa Cruz que são contra melhorias da
qualidade de vida da população e que não tem visão empreendedora”. Claro que o
grupo esta desenvolvendo projetos e propostas para mudar essa cidade. No
momento do movimento e das redes sociais, difundimos um conjunto de 7 propostas
que englobam desde de saúde e qualidade de vida até a cultura e educação. E
pretendemos dentro de um mês aumentar e muito esse número. Dentre essas sete,
montamos um projeto de esporte e lazer no bairro do Conjunto Cônego Monte,
inspirado por um que já foi posto em prática em cidades do Rio Grande do Sul,
para trazer saúde e qualidade de vida para a população daquele local, tal
projeto já está orçado e deve ser posto em prática o mais rápido possível.
Trabalho que deveria ser dos que estão no poder, mas se estes não fazem, ou se
realizam improvisam, nós damos um jeito, dentro do possível, de cumprir com
essa responsabilidade social.
Outra citação infeliz foi “É inegável que a construção do teleférico só tem a
trazer melhorias para Santa Cruz”, isso não é verdade. Uma cidade turística não
é necessariamente uma cidade que tem um ponto turístico. As noções de turismo
brasileiras fundamentam-se no que foi estabelecido pela Organização Mundial do
Turismo (OMT). Sendo assim, considera-se turista aquele que visita diversos
locais e aquece a economia da região com a injeção de capital de giro.
Se tomarmos a definição como base, Santa Cruz não tem turista, tem
visitante. O romeiro, religioso, ou mesmo curioso que visita à estátua de Santa
Rita de Cássia, apenas dão as caras, não injeta capital, pois não temos uma
rede hoteleira decente, nem outros locais turísticos que sejam atrativos ao
visitante. Um teleférico seria só mais uma forma de desvio de dinheiro público,
e gastos desnecessários que só trariam prejuízos à população da nossa cidade. Ao
contrário do que o senhor apontou, não gerará emprego e renda, mas sim,
prejudicará os amigos moto-taxistas os quais deixarão de fazer suas viagens ao
Alto. Além disso, qual será a construtora que edificará o teleférico? Será que
vai ser como está proposto? 12 milhões, ou ocorrerá “problemas” que farão esse
número aumentar como na obra do próprio Alto?Não, não somos contra o
teleférico, somos contra o modo com que esta sendo ele imposto. Pois existem
outras prioridades em nossa cidade. Um amigo meu foi assaltado cinco vezes, e
em diversas não havia sequer uma impressora para fazer um B.O. Outra vez não
havia remédios no hospital. Outra os remédios estavam vencidos. Há cerca de um
mês a caixa de força da Escola Estadual Professor Francisco de Assis Dias
Ribeiro pegou fogo e os alunos estão sem aulas, parte considerável da população
santacruzense em idade escolar esta sem acesso digno à informação!
A mesma escola esta há cerca de dois meses com suas contas paradas! Em
quanto isso os postos de saúde estão com falta de médicos. Não, não é por causa
de um teleférico, é pelos políticos da nossa cidade darem mais importância a um
desperdício de dinheiro público que aos serviços básicos os quais estão em
situação caótica. Isso sem mencionar que é uma agressão ao Estado laico. Mesmo
com todos os pontos apresentados acima, o grupo esta trabalhando com diversos
outros eixos, pois estamos ouvindo os anseios de toda uma sociedade. Então
entramos na afirmação que foi título de sua reportagem: “Fraca presença em
manifestações fortalece projeto da Prefeitura” Mais um erro que poderia ser
evitado se o senhor tivesse pelo menos se dado o trabalho de pesquisar sobre o
assunto. Nosso grupo possui mais de 2.100 membros inscritos, somos abertos e
democráticos. A presença não foi fraca, pois cada um é representado pelo
pensamento ideológico de uma Santa Cruz melhor, e esse pensamento é
praticamente universal.
Digo praticamente, e desconstruo sua alegoria de “minoria da população”,
pois os que permitem que se instaure a situação caótica supracitada em serviços
básicos, com certeza, não concordam esse pensamento. Afirmo mais, é uma
participação forte, pois enquanto que jornalistas com tendência de
desinformação de toda uma sociedade, burgueses fascistas e oligárquicos no
poder, e toda uma população clamando por serviços básicos, tudo isso movido
pelo dinheiro; nós temos ideias, propostas, dignidade, história de luta por uma
cidade melhor, e isso o dinheiro não compra! Também aproveito para reafirmar o
que dizemos desde o início: não somos contra a prefeita. Não nos importamos com
esquerda ou direita, pois o que queremos é ir em frente! Queremos somar a
qualquer um que esteja fazendo gestão. Uma vez que, entendemos que o político é
apenas uma representante da sociedade, um empregado nosso, quem esta no poder é
o povo. Algo que é explicado pelo filósofo Rosseau, que com sua teoria de
Contrato Social caracteriza a população como agente ativo e passivo no processo
de justificação do poder. Ao mesmo tempo de que precisamos do atendimento os
serviços básicos, também exigimos o investimento na cultura, em pontos de
informação turísticas, em estruturação da cidade, na revitalização das nossas
praças, e em outros pontos de visita para os turistas. Por fim, digo que esse
confronto de opiniões é necessário para a construção de uma democracia plena,
proposta há quase 30 anos no Brasil, mas ainda não consolidada. E respeito e
acompanho o trabalho desse jornalista. E sei que ele terá o profissionalismo
suficiente para entender a crítica construtiva. E termino afirmando que as
opiniões contidas nesta nota são única e exclusivamente minha, podendo ou não
corresponder com as do grupo, e assumo a autoria única e exclusivamente minha
deste escrito.
Att,
Ramon de Lima Luduvico
Militante estudantil
Diretor de Políticas Educacionais da Associação Potiguar dos Estudantes
Secundaristas
Fonte: Blog do Joseilson
Outra citação infeliz foi “É inegável que a construção do teleférico só tem a trazer melhorias para Santa Cruz”, isso não é verdade. Uma cidade turística não é necessariamente uma cidade que tem um ponto turístico. As noções de turismo brasileiras fundamentam-se no que foi estabelecido pela Organização Mundial do Turismo (OMT). Sendo assim, considera-se turista aquele que visita diversos locais e aquece a economia da região com a injeção de capital de giro.
Ramon de Lima Luduvico
Militante estudantil
Diretor de Políticas Educacionais da Associação Potiguar dos Estudantes Secundaristas
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