Cerca de 17 milhões de brasileiros sofrem de depressão. Em face da
gravidade do problema, a ciência procura formas de superar os obstáculos
ao seu controle. Os dois principais são a dificuldade de obter um
diagnóstico preciso – hoje, ele é realizado basicamente pela avaliação
dos sintomas feita pelo psiquiatra – e as limitações para melhorar a
resposta de cada paciente aos antidepressivos. A estimativa é de que
apenas 30% dos indivíduos melhorem com a primeira opção indicada.
No Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, pacientes
que apresentam dificuldade na adaptação ao tratamento podem ser
submetidos a um teste que analisa alterações genéticas associadas ao
ritmo de absorção dos remédios. “Estudos mostram que 20% das pessoas os
metabolizam mais rápido ou mais lentamente, o que interfere no sucesso
do tratamento”, explica o psiquiatra Marcus Zanetti, do Laboratório de
Neuroimagem da USP. Esse tipo de investigação poderá ser feito também
por exames de imagem. Recentemente, a neurologista Helen Mayberg, da
Universidade Emory (EUA), identificou padrões cerebrais diferentes que
predizem melhor aceitação à terapia ou aos remédios: pessoas com
atividade maior na região da ínsula direita do cérebro, área ligada às
emoções, se dão melhor com antidepressivos do que com terapia. Menor
atividade metabólica na região indica os que se saem melhor com terapia.
“São pesquisas promissoras. Atualmente essa escolha é feita com base
nos sintomas, mas é comum trocar o remédio porque não surtiu efeito”,
diz o psiquiatra Eduardo Nogueira, da PUC/RS, onde estão em andamento
experimentos para aprimorar o diagnóstico e o tratamento da doença.
No que diz respeito ao diagnóstico, os cientistas estão à procura de indicadores – substâncias no sangue ou alterações cerebrais associadas à doença. “Queremos definir marcadores equivalentes aos que os cardiologistas identificaram no sistema circulatório para o risco de doenças cardiovasculares”, disse à ISTOÉ o pesquisador Peter Williamson, da Universidade Western (Canadá).
No que diz respeito ao diagnóstico, os cientistas estão à procura de indicadores – substâncias no sangue ou alterações cerebrais associadas à doença. “Queremos definir marcadores equivalentes aos que os cardiologistas identificaram no sistema circulatório para o risco de doenças cardiovasculares”, disse à ISTOÉ o pesquisador Peter Williamson, da Universidade Western (Canadá).
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Fonte: Isto É
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