A taxa de homicídios no Rio Grande do Norte cresceu 175% entre os anos
de 2000 e 2010. No mesmo período, o crescimento populacional foi de
apenas 14%. Em Natal, os índices também são alarmantes. Na última
década, o crescimento do número de assassinatos foi de 157%. Na capital
do Estado, a polícia registrou 171 homicídios em 2002 e, no ano passado,
o número, segundo dados do Conselho Estadual dos Direitos Humanos e
Cidadania (COEDHUCI), saltou para 440 casos. Para especialistas da área
de segurança, a droga e a impunidade dos assassinos são fatores que
podem explicar o avanço da violência. Governo promete ações mais
enérgicas e a criação da famigerada divisão especializada em homicídios
ainda para esse ano.
Os números revelam que a violência cresceu de forma assustadora em todo Estado, mas não explicitam, por exemplo, as dificuldades encontradas por policiais civis e militares no combate à criminalidade. Os investimentos públicos no setor não acompanharam o avanço de quadrilhas e grupos responsáveis pelo domínio do tráfego de drogas. Concomitantemente, o desaparelhamento das policiais contribui para o cenário que se apresenta.
O próprio titular da secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), Aldair da Rocha, reconhece que, no período de pouco mais de três anos à frente da instituição, não conseguiu atingir as metas projetadas. "Conseguimos avançar bastante. Não no ritmo e atingindo todas as metas que imaginávamos. Primeiramente tivemos o problema orçamentário", afirma.
O secretário esbarrou em outras questões administrativas. "Só para ter uma ideia, quando eu cheguei, em dezembro de 2010, em conversa com a governadora, tínhamos a intenção de chamar imediatamente os mais de 500 aprovados no último concurso da Polícia Civil, imaginei que pudesse montar a divisão de homicídios, mas logo passou o primeiro mês, segundo, terceiro, e agora estamos aqui no terceiro ano", lamenta.
De acordo com o presidente do COEDHUCI, Marcos Dionísio, mais que divulgar os números, é necessário que as autoridades ligadas à gestão da segurança pública façam uma análise das estatísticas para poder elaborar políticas voltadas para o setor. Porém, há uma ineficiência na publicidade desses dados. "Não há um portal, por exemplo, disponibilizado pelo Estado para que qualquer pessoa pudesse verificar esses números. Hoje, a sociedade não pode opinar porque ela simplesmente desconhece os números, pois não estão disponíveis", diz Dionísio.
Mais que saber quanto se mata, as autoridades e estudiosos querem entender o porquê do aumento no número de mortes violentas no Estado. Há pelo menos dois motivos em destaque: drogas e impunidade. "São duas variáveis que caminham juntas. Ao passo que não temos a presença efetiva da polícia, a droga se estabelece", diz Marcos Dionísio. O secretário estadual de reitera o pensamento. "No momento em que você pratica um homicídio e o assassino não sofre as consequências, com certeza ele vai continuar agindo", afirma Aldair da Rocha.
Já o professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Edmilson Lopes Júnior, afirma que há outra causa que pode explicar o crescimento da violência no RN: dinamização da economia. Nesse caso, a análise não é apenas a respeito dos homicídios, mas engloba outros crimes. "Nos últimos vinte anos, a economia evoluiu e despertou a atenção dos bandidos para as cidades onde a presença da polícia não é eficiente, ao mesmo tempo, o crack invadiu praticamente todos os municípios", analisa.
Os números revelam que a violência cresceu de forma assustadora em todo Estado, mas não explicitam, por exemplo, as dificuldades encontradas por policiais civis e militares no combate à criminalidade. Os investimentos públicos no setor não acompanharam o avanço de quadrilhas e grupos responsáveis pelo domínio do tráfego de drogas. Concomitantemente, o desaparelhamento das policiais contribui para o cenário que se apresenta.
O próprio titular da secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), Aldair da Rocha, reconhece que, no período de pouco mais de três anos à frente da instituição, não conseguiu atingir as metas projetadas. "Conseguimos avançar bastante. Não no ritmo e atingindo todas as metas que imaginávamos. Primeiramente tivemos o problema orçamentário", afirma.
O secretário esbarrou em outras questões administrativas. "Só para ter uma ideia, quando eu cheguei, em dezembro de 2010, em conversa com a governadora, tínhamos a intenção de chamar imediatamente os mais de 500 aprovados no último concurso da Polícia Civil, imaginei que pudesse montar a divisão de homicídios, mas logo passou o primeiro mês, segundo, terceiro, e agora estamos aqui no terceiro ano", lamenta.
De acordo com o presidente do COEDHUCI, Marcos Dionísio, mais que divulgar os números, é necessário que as autoridades ligadas à gestão da segurança pública façam uma análise das estatísticas para poder elaborar políticas voltadas para o setor. Porém, há uma ineficiência na publicidade desses dados. "Não há um portal, por exemplo, disponibilizado pelo Estado para que qualquer pessoa pudesse verificar esses números. Hoje, a sociedade não pode opinar porque ela simplesmente desconhece os números, pois não estão disponíveis", diz Dionísio.
Mais que saber quanto se mata, as autoridades e estudiosos querem entender o porquê do aumento no número de mortes violentas no Estado. Há pelo menos dois motivos em destaque: drogas e impunidade. "São duas variáveis que caminham juntas. Ao passo que não temos a presença efetiva da polícia, a droga se estabelece", diz Marcos Dionísio. O secretário estadual de reitera o pensamento. "No momento em que você pratica um homicídio e o assassino não sofre as consequências, com certeza ele vai continuar agindo", afirma Aldair da Rocha.
Já o professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Edmilson Lopes Júnior, afirma que há outra causa que pode explicar o crescimento da violência no RN: dinamização da economia. Nesse caso, a análise não é apenas a respeito dos homicídios, mas engloba outros crimes. "Nos últimos vinte anos, a economia evoluiu e despertou a atenção dos bandidos para as cidades onde a presença da polícia não é eficiente, ao mesmo tempo, o crack invadiu praticamente todos os municípios", analisa.
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Fonte: Tribuna do Norte
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