Pesquisadores de segurança anunciaram nesta segunda (14) a descoberta uma rede global de ciberespionagem
atuando contra centenas de organizações diplomáticas, governamentais e
científicas em quase 40 países, incluindo o Brasil - onde pelos menos
quatro sistemas foram infectados.
A megaoperação foi chamada de Operação Outubro Vermelho (em homenagem
ao filme "Caçada ao Outubro Vermelho") pelos experts da Kaspersky Lab,
responsáveis pela descoberta. Segundo a empresa, ela está em ação desde
2007. O esquema utiliza mais de 1 000 módulos distintos, customizados
para alvos específicos. Esses componentes são direcionados para alvos
como PCs individuais, equipamentos de rede da Cisco, smartphones e até
pendrives.
De acordo com os experts, a operação também utiliza um complexo
sistema de servidores de comando e controle (C&C), semelhante ao
utilizado pelo malware Flame,
que espionou o Irã. Os atacantes criaram mais de 60 domínios e usaram
vários hosts em diferentes países, principalmente Rússia e Alemanha.
"É um exemplo incrível de uma campanha de espionagem no ar há anos",
escreveu o pesquisador Kurt Baumgartner, da Kaspersky. "Nunca vimos esse
nível de individualização dos ataques".
A empresa diz que o principal objetivo da Outubro Vermelho é coletar
informações secretas e geopolíticas - de empresas e governos.
Ainda não se sabe quem está por trás da operação. Embora os autores
do malware sejam russos (o principal idioma nos códigos principais),
muitos dos exploits foram desenvolvidos na China.
O esquema utiliza códigos que atacam falhas no Word e Excel. Os
atacantes enviavam e-mails individualizados, que contaminavam o sistema
silenciosamente.
Na lista dos países atingidos, a Federação Russa aparece em primeiro,
seguida pelo Cazaquistão, Azerbaijão, Bélgica, Índia, Afeganistão,
Armênia e Irã. Ao todo, máquinas de 39 países, Brasil incluído, foram
contaminadas.
A infraestrutura de espionagem é complexa. Os servidores C&C
primários enviam os dados roubados para uma segunda camada de
servidores, que os mandam para uma máquina central - sobre a qual ainda
não se sabe nada. Segundo a Kaspersky, a habilidade dos controladores em
esconder a identidade é parecida com a dos criadores do Flame - vírus
que teria sido desenvolvido nos EUA e Israel para espionar o Irã.
"A operação Outubro Vermelha está em operação há pelo menos 5 anos, sem ser detectada", escreveu Baumgartner.
Fonte: Uol
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