Após três anos isolado no topo do ranking das pessoas mais ricas do
Brasil, Eike Batista agora passa a dividir esse status com o empresário
Jorge Paulo Lemann, segundo a revista Forbes Brasil, que será lançada
amanhã (terça-feira, 7).
Com o título “Empate técnico”, a reportagem de capa do primeiro número
da edição brasileira apresentará um ranking dos maiores bilionários do
País. Segundo os cálculos da Forbes, Eike tem hoje um patrimônio de R$
30,26 bilhões, enquanto Lemann possui R$ 29,3 bilhões.
“Foi preciso menos de meio ano para que encolhesse drasticamente a
diferença de cifrões que separa os impérios financeiros de Eike Batista e
Jorge Paulo Lemann”, afirma a jornalista Lurdete Ertel, autora do
texto.
Na lista das mais de mil pessoas mais ricas do mundo, divulgada no
início de março, Eike aparecia na sétima posição, com uma fortuna de US$
30 bilhões. Esse era o patrimônio dele considerando o preço das suas
ações naquele momento. Convertendo para reais pela cotação da época, ele
teria aproximadamente R$ 50 bilhões. Nessas condições, os papéis em
poder do empresário teriam perdido cerca de R$ 20 bilhões em valor de
mercado.
O patrimônio de Lemann, ao contrário do de Eike, vem subindo
rapidamente. Na lista de março ele aparecia com US$ 12 bilhões, o que
equivalia a R$ 20 bilhões na cotação da época. Portanto, sua fortuna,
quando avaliada em reais, aumentou em quase R$ 10 bilhões nos últimos
cinco meses.
A lista da Forbes difere do ranking da agência Bloomberg, que aponta
Eike como 22º mais rico do mundo, com US$ 21,3 bilhões, e Lemann como 2º
do Brasil e 34º do planeta, com US$ 17,6 bilhões.
Lemann em ascensão
Lemann é um dos acionistas controladores da AB InBev, a maior fabricante
de cerveja do mundo. O conglomerado nasceu a partir de uma série de
fusões e aquisições. Primeiro, a Antártica e a Brahma uniram-se para
formar a AmBev; depois, somou-se à nova empresa a belga Interbrew,
nascendo a então segunda maior cervejaria do mundo, a InBev. Por último,
houve a aquisição da americana Anheuser-Busch, criando a atual AB
InBev.
Um excelente negócio feito recentemente por Lemann foi a compra da rede
de lanchonetes americana Burger King. Junto com os empresários também
brasileiros Marcel Telles e Beto Sicupira, adquiriu 100% das ações da
companhia por US$ 3,3 bilhões (ou US$ 4 bilhões incluindo dívida) e
fechou seu capital. Em junho a empresa voltou a negociar ações em bolsa e
hoje tem um valor de mercado de US$ 5,3 bilhões.
Segundo a Forbes, a fortuna de Lemann “foi fermentada pela venda de uma
participação de 29% na Burger King, por US$ 1,4 bilhão”. “Já Eike”,
continua a revista, foi “virtualmente empobrecido pelo escorregão das
ações de seu grupo em notícias de uma produção de petróleo mais murcha
do que o esperado pela OGX”.
Elogio mútuo
A revista nota, ainda, que os dois homens mais ricos do País não raro
rasgam seda um pelo outro. Lemann chegou a dizer pelo Twitter: “Eike,
você merece chegar em 1º dos mais ricos, sim. Porque vejo tua luta e sei
que você merece”. Já o dono do grupo EBX afirmou: “O Jorge Paulo criou
toda uma cultura de gerenciamento extraordinária no Brasil.
Motivacional, dividindo os lucros com os funcionários. Agressiva, mas
que dá resultado”.
Fonte: Radar Econômico / Estadão Via O Paralelo
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