Sergey Brin, confundador do Google, se diz preocupado com controle que Facebook, Apple e alguns governos exercem na rede
LONDRES – A liberdade universal que permitiu a criação da web há três
décadas está atualmente ameaçada pela ação de “forças muito poderosas”
que querem controlar a internet, disse Sergey Brin, cofundador do
Google. Em uma entrevista ao jornal inglês The Guardian
publicada nesta segunda-feira, 16, Brin adverte que essas “forças”
estão se alinhando contra a abertura que a rede oferece e admite que
está mais preocupado do que nunca – diz que lhe dá medo só de pensar na
situação atual.
Segundo ele, a ameaça contra a liberdade da internet procede dos
governos que buscam controlar o acesso e as comunicações dos cidadãos e
também do Facebook e da Apple, que controlam os softwares que podem ser
utilizados em suas plataformas.
O cofundador do Google, de 38 anos, é considerado a principal força
por trás da retirada parcial do buscador da China em 2010 devido à
preocupação com a censura no país.
Brin manifestou sua inquietude pelos esforços de países como a Arábia
Saudita e o Irã para restringir o uso da internet, assim como o do
Facebook e da Apple, que controlam o acesso de seus usuários.
De acordo com a reportagem do Guardian, as críticas de Brin
ao Facebook podem soar controversas, já que a maior rede social do mundo
está prestes a abrir seu capital na bolsa com uma expectativa de
levantar US$ 5 bilhões.
Brin diz que ele e seu parceiro na criação do Google, Larry Page, não
poderiam ter criado o famoso buscador se a internet estivesse dominada
pelo Facebook, pois “tem que se jogar com suas regras, que são realmente
restritivas”.
No Reino Unidos, o governo elaborou um plano que quer vigiar as
chamadas telefônicas, as mensagens de texto e os e-mails da população
por razões de segurança. O primeiro-ministro britânico David Cameron
espera apresentar em breve ao Parlamento esse projeto de lei que visa
combater o terrorismo e o crime organizado. Segundo a proposta, os dados
da população que serão recolhidos em centros de escuta de Cheltenham
(ao oeste da Inglaterra), conhecidos pela sigla GCHQ, cujas atividades
secretas incluem a hora e a duração de uma chamada telefônica, assim
como os destinatários dos e-mails e das mensagens de texto.
Políticos e organizações de direitos civis censuraram o programa
governamental porque entendem que ele viola o direito de privacidade dos
cidadãos britânicos.
/ EFE
Fonte: http://blogs.estadao.com.br/
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