Gravações da Polícia Federal mostram que o empresário Carlos Augusto de
Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pediu a ajuda ao senador
Demóstenes Torres (DEM-GO) para impedir a convocação do empresário
Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, para depor numa comissão
da Câmara, em maio do ano passado.
A Delta cresceu nos últimos anos fazendo negócios com o governo federal e
vários Estados e Cachoeira tinha interesse em promover negócios da
construtora com o governo de Goiás, de acordo com a investigação da PF
As investigações da PF indicam que o senador usou o cargo para atender
pedidos do empresário, preso e investigado por suspeita de explorar
ilegalmente jogos de azar.
Em conversas divulgadas ontem pelo jornal "O Globo" mostram Demóstenes
discutindo com Cachoeira um projeto de lei que transforma em crime a
exploração de jogos de azar, nomeações de funcionários do Senado e o
andamento de um processo judicial de interesse do empresário em Goiás.
OUTRO LADO
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, responsável pela defesa do senador, afirmou à Folha que não vai comentar o teor dos grampos da Polícia Federal. "Ainda não tive acesso a essas gravações."
Castro, contudo, voltou a dizer que as gravações não têm valor jurídico e que elas são totalmente nulas.
Em nota, a construtora Delta informou que as "áreas de relacionamento
institucional da empresa e o presidente do Conselho de Administração do
Grupo Delta, Fernando Cavendish, desconhecem o teor, a motivação e a
natureza do diálogo".
Ontem, a Folha procurou o advogado Márcio Thomaz Bastos, defensor
do empresário Carlinhos Cachoeira. Ele afirmou que preferia não se
manifestar.
Com informações da Folha de São Paulo
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