Brasília - Se a jornada de trabalho fosse reduzida, mais de 60% dos
trabalhadores dedicariam o tempo livre a outras atividades. Essa é uma
das constatações de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e
Aplicada (Ipea) sobre o trabalho e o tempo livre, divulgado hoje (21).
Para 39,5% dos entrevistados, o tempo dedicado ao trabalho compromete a
qualidade de vida. Para esse grupo, o trabalho provoca cansaço e
estresse (13,8%); compromete as relações amorosas e a atenção à família
(9,8%); prejudica estudo, lazer e práticas esportivas (7,2%) e afetar as
relações de amizade (5,8%).
O Ipea entrevistou 3.796 pessoas que moram em áreas urbanas das cinco
regiões do país, todas com mais de 18 anos de idade e que exerciam
alguma atividade remunerada na semana de referência da pesquisa.
O estudo mostra que 63,8% dos trabalhadores usariam o tempo livre com a
redução da jornada para atividades não ligadas ao trabalho, enquanto
que 36,2% não sentiriam diferença porque cumprem jornada de trabalho
superior as 44 horas semanais previstas na legislação. Entre os que
usariam o tempo livre para outras atividades, 24,9% se dedicariam à
família e às tarefas de casa; 12,3% dariam prioridade aos estudos; 12,3%
usaria o tempo livre para descansar e 5,7% aproveitariam esse tempo
para se divertir ou praticar esportes.
O estudo mostra ainda que 45,4% dos entrevistado têm dificuldade para
se desligar totalmente do trabalho ao fim da jornada diária. Argumentam
que precisam ficar de prontidão para fazer alguma atividade
extraordinária (26,0%); planejar ou desenvolver alguma atividade de
trabalho usando a internet ou o telefone celular (8%); ou que
precisam aprender mais sobre o próprio trabalho (7,2%). Há ainda quem
informa ter outros trabalhos remunerados (4,2%).
Fonte: Agência Brasil
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