Triste Fim do Poema de Concreto Armado da Lagoa Nova, por João Maria de Medeiros
Estive pensando na fúria cega com que os
políticos e empresários se atiraram em destruir o Estádio João Machado,
o conhecido Machadão, para erguerem um outro. Eles têm os seus motivos
e, cá entre nós, sabemos quais são.
O Machadão vai infelizmente ruir. ”Não
restará pedra sobre pedra que não seja derrubada”, como está escrito no
Livro Sagrado, mas claro não se referindo ao nosso lindo e histórico
estádio.
Não teve jeito. A força da verdade, da
razão, da conscientização, da convicção de muitos homens de bem, dentre
eles o ex-presidente do América, Jucier Santos ,que lutou com unhas e
dentes pela manutenção do patrimônio histórico e material. Tudo isso foi
suplantado pela força do capital,da propina,dos políticos ,quero dizer,
dos politiqueiros e empresários.
No meu íntimo paira a decepção. Como
pode meu bom Deus! Como pode um Estado onde ainda padece o seu povo de
altos índices de analfabetismo, a saúde não vai bem, a violência aumenta
a cada dia, seus governantes destruírem oque já está feito!
Até pergunto leitor – como fazia o
grande escritor Machado de Assis nas suas crônicas-como pode um Estado
nessas condições, destruir o que já existe, simplesmente em favor de uma
minoria gananciosa e inconsequente?
Mas o que foi feito de mal ao povo e à
história, essa mesma história vai provar um dia quem tinha razão. Aí,
caro leitor, não será tarde demais? Os culpados ainda estarão aqui? Não
estarão eles em outras paragens, aproveitando os seus dividendos?
Acho que quem vai pagar o preço de mais
esse absurdo que se comete no nosso Estado serão as futuras gerações.
Quem vai pagar o pato é o povo. Quem for viro verá.
João Maria de Medeiros – professor e poeta
Fonte: Blog do Wallace
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