Quadrilha presa no Ceará cobrava R$ 8 mil por fraude
em concursos
Informações eram repassadas por meio de vibrações em telefones.
Quadrilha
era investigada pela polícia há cerca de 45 dias.
Equipamento vibrava de forma codificada e era
interpretada
em repostas pelos candidatos.
(Foto: TV Verdes
Mares/Reprodução)
Cinco suspeitos presos neste domingo (6) por fraude em concurso público
cobravam valores entre R$ 5 mil e R$ 8 mil para passar informações das provas,
de acordo com o delegado Julio Agrelli, que coordenou a operação que prendeu o
grupo. Segundo o delegado, os suspeitos pagavam R$ 380 antes da prova para
gastos com os equipamentos e outra quantia de até R$ 8 mil após uma possível
aprovação no concurso.
Julio diz que investigava a quadrilha há cerca de 45 dias e esperou que os
candidatos inscritos realizassem a prova para prendê-los em flagrante. Um dos
membros da quadrilha, o chamado "piloto", era um candidato com forte potencial
para ser aprovado, de acordo com o delegado, e após concluir a prova, passava
informações a outros candidatos, do lado de fora do local de prova, por meio de
equipamentos eletrônicos.
O equipamento era preso ao corpo do candidato ou à sola do sapato, e fazia
vibrações em códigos previamente estudadas pelos candidatos, que eram
interpretados nas respostas a serem marcadas na prova. Ainda conforme o delegado
que coordenou a operação, os suspeitos são todos de Pernambuco e são
especialistas em fraude em concursos. O Departamento de Inteligência da Polícia
Civil do Ceará investiga possíveis participações do grupo em outros concursos
públicos do Ceará e de estados vizinhos.
O delegado diz também que já havia identificado os suspeitos antes da
realização da prova e evitou uma vistoria em massa para evitar um possível
tumulto. Na saída da prova, de acordo com o delegado, todos os 25.762 candidatos
ao concurso de agente penitenciário da Secretaria de Justiça do Ceará foram
vistoriados. Cerca de 150 pessoas foram revistadas antes de entrar no local de
provas, selecionadas por amostragem. Uma dessas pessoas foi presa em flagrante
com o equipamento na sola do sapato.
A Secretaria da Justiça do Ceará, que organiza o concurso em parceria com a
Universidade Estadual do Ceará (UECE), informou que os suspeitos foram suspensos
do concursos e os demais candidatos seguem normalmente competindo por 800 vagas
para agente penitenciário.
Os aprovados terão remuneração de R$ 1.933,37. O candidato poderá trabalhar
em Fortaleza, Litoral Oeste, Sobral, Ibiapaba, Sertão dos Inhamuns, Sertão
Central, Baturité, Litoral Leste, Jaguaribe e região do Cariri. As etapas
iniciais do concurso são organizadas pela UECE em parceria com a Secretaria da
Justiça e Cidadania do Estado do Ceará.
Fonte: G1
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