O Rio Grande do Norte, que já foi o segundo destino turístico mais procurado em 2006 no Nordeste e caiu para a quarta posição em 2010, vê na Copa de 2014 a chance de dobrar o fluxo de turistas internacionais - em queda desde 2007. A sensação de que há menos estrangeiros no RN é amparada pelos números. Entre 2006 e 2010, o turismo internacional recuou 60,4% no Estado. Durante o mundial, o número de turistas estrangeiros subirá para 84.979, de acordo com estudo encomendado pelo Ministério do Turismo à Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O fluxo previsto é o terceiro menor entre as 12 cidades-sede do Mundial, mas representará um incremento de 82,4% no fluxo de estrangeiros na capital potiguar. Em 2006, período que antecedeu a crise econômica mundial, 117,6 mil estrangeiros entraram no Brasil através do RN. Em 2010, esse número caiu para 46,5 mil. A queda, que teve como principal razão a crise econômica, foi menor nos estados vizinhos. Em Pernambuco e Ceará, concorrentes diretos do Rio Grande do Norte, a redução não ultrapassou 16%.
Alex Régis
Estratégia para atrair turistas vai além de cartões postais como as belezas de Pipa, no Litoral Sul
Apesar do recuo, o Rio Grande do Norte ainda é o estado brasileiro onde o turismo tem maior participação na economia formal. De acordo com estudo realizado pelo Ipea, a participação é de 4,4% - a maior do Brasil. O índice coloca o RN na frente de estados como São Paulo e Rio de Janeiro, maiores portas de entrada de turistas estrangeiros.
Para o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Roberto Zamboni, o índice mostra que a economia do Rio Grande do Norte não é tão diversificada quanto a dos outros estados. Em estados com uma 'economia mais complexa', o índice varia entre 2% e 3%. No Ceará, por exemplo, a participação é de 2,3%. "Isso porque o estado tem tradição no turismo, mas desenvolve um esforço muito grande na área industrial, diversificando a economia", completa.
Para Zamboni, a queda do número de turistas estrangeiros não abala a economia potiguar. A explicação é simples. "O Turismo não é só o internacional". Na avaliação do técnico, "o fato do fluxo de estrangeiros ter caído não significa que esta indústria esteja em decadência". A liderança do RN, segundo o pesquisador, não significa que o estado é 'refém' do turismo nem vulnerável a suas oscilações. Mostra apenas que Indústria e Agricultura ainda têm muito para crescer no estado.
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